quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Vídeo-aula 16: Crescimento, maturação e plasticidade cerebral

Vídeo-aula 16: Crescimento, Maturação e Plasticidade do Sistema Nervoso

As alterações funcionais e neuroquímicas envolvidas produzem modificações mais ou menos permanentes no Sistema Nervoso Central, isso é aprendizagem. Portanto, o ato de aprender é um ato de plasticidade cerebral, modulado por fatores intrínsecos (genéticos) e extrínsecos (experiências).

...Os estímulos ambientais constituem a base neurobiológica da individualidade do homem. Fica claro então que as mudanças ambientais interferem na plasticidade cerebral e, conseqüentemente, na aprendizagem. Definida a aprendizagem como modificação do SNC, mais ou menos permanentes, quando o indivíduo é submetido a estímulos/experiências de vida, que vão se traduzir em modificações cerebrais. Dessa forma fica claro que as alterações plásticas são as formas pelas quais se aprende.

...Atualmente se entende que o cérebro não só é capaz de produzir novos neurônios, mas também de responder à estimulação do meio ambiente, com um aprendizado que tem a ver com modificações ligadas a experiências, ou seja, modificações que são a expressão da plasticidade. Essa relação entre experiência e estímulo constitui o principal pilar sobre o qual a reabilitação se insere e, dessa forma, procura proporcionar excelentes exemplos de plasticidade cerebral, desde que as janelas de oportunidades sejam bem aproveitadas. Sem dúvida, os momentos críticos são fundamentais para a estimulação sensitivo-sensorial e de aprendizagem. No entanto, hoje se sabe que mesmo o SNC adulto é capaz de responder, em algum grau, à estimulação.

...Na recuperação de cérebro lesado, são consideradas possibilidades terapêuticas, algumas já capazes de demonstrar bons resultados.
 A plasticidade cerebral é um tema que suporta múltiplos enfoques e, conseqüentemente, muitas abordagens terapêuticas multidisciplinar. Um tema tão atual, com certeza, estará na linha de frente do estudo das ciências neurológicas, nos próximos anos, entre os quais se destacarão não só os estudos em doenças neurológicas mas, sem dúvida, aquelas voltadas ao desenvolvimento de melhores condições cerebrais para o ato de aprender”.   Marta Pires Relvas

Iniciarei o comentário desta vídeo-aula pela plasticidade cerebral. O Prof° Li Li Min disse que era um dogma antigo a idéia de que o cérebro não modificava, era estanque, havendo mudanças só na velhice ou nas lesões. Porém hoje sabemos que, ao contrário disso, há mudanças no cérebro ao longo do tempo.
Portanto o cérebro é altamente modificável, fenômeno que chamamos de plasticidade cerebral. Determinado tipo de estímulo quando colocado de maneira apropriada pode modificar a estrutura cerebral e ter também a modificação no comportamento.
E ele nos fala: “há também uma modificação , adaptação frente a estímulos, por exemplo na escola,. quando você ensina e o aluno absorve, assimila esse novo conhecimento.

E reforçando a definição ele nos fala que “plasticidade cerebral é a modificação na estrutura cerebral de acordo com novas experiências do indivíduo.”
Daí a importância dos educadores conhecerem a estrutura do SN, sua plasticidade, tanto no caso de alunos portadores de doenças neurológicas, como também para qualquer outro aluno, promovendo para ambos o desenvolvimento pleno de suas potencialidades.

 A Prof° Paula T.Fernandes nos falou sobre o crescimento e a maturação e nos apresentou como isso acontece para as crianças de: 0 a 3;  3 a 8 e 8 a 12 anos, nos aspectos físicos, cognitivos, afetivos, sociais. E como fazer para estimular adequadamente a criança em cada uma dessas fases buscando promover plenamente seu desenvolvimento.

                                                Márcia Maria dos Santos Solha
                                                      Setembro/2010

Vídeo-aula 15: Ritmos biológicos: sono-vigília



Vídeo-aula 15: Ritmos biológicos: sono-vigília

“As pessoas precisam, em média, de oito horas de sono por noite para que, além do descanso físico e mental, o corpo realize vários processos metabólicos”, disse Lia Bittencourt, presidente da Sociedade Brasileira do Sono e professora de Medicina e Biologia do sono da UNIFESP, em abril de 2006, numa entrevista para um periódico.
Portanto dormir é um processo orgânico vital.

O Prof°Li Li Min nesta vídeo-aula comentou que 1/3 de nossas vidas passamos desacordados e nos mostrou para que serve esse período.
Disse que o cérebro libera hormônios conforme o horário do dia, e há o efeito direto da luz solar. Há também influência da luz artificial e do computador, e comenta: “ toda a luminosidade das cidades e o computador tem alterado a liberação de hormônios.”

E o que acontece nos diferentes estágios do sono ?
São 5 estágios :
O estágio 1- Não REM. O sono é  leve.
Os estágios 2, 3 e 4 – Não REM. O sono está mais profundo.
Os primeiros 4 estágios- Não REM são uma fase reparadora do nosso organismo, isto é, reparar as células que sofreram durante a vigília.
O 5° é o estágio REM: atonia, só movimentação da musculação ocular. Nesta fase a atividade cerebral é intensa, é como se a pessoa estivesse acordada e neste momento o conhecimento, a aprendizagem estão sendo sedimentados.
A palavra REM é uma abreviação de uma palavra em inglês que significa: movimento rápido dos olhos.

O estudo do sono pode ser feito através da polissonografia e o aparelho é o polissonógrafo ou o eletroencefalograma, onde é registrada a atividade elétrica cerebral.

Os distúrbios do sono nas crianças ou parasonia ocorrem na fase Não REM:
-Despertares confusionais: crianças menores de 5 anos/ choro não consolável
-Terror noturno: A partir de 5 anos de idade.
-Sonambulismo: 1 a 5% da população
-Pesadelos

O Prof°Li enfatiza a importância de uma boa noite de sono (8horas), pois  é fundamental para a sidementar o conhecimento, a aprendizagem adquirida no dia. Além disso, já vimos em outras vídeo-aulas, que a atenção, fundamental para a aprendizagem e memória, ficam muito comprometidas quando não dormimos o necessário.

E ele também ressalta a importância das 8 horas de lazer (8h-sono; 8h-trabalho e 8h-lazer) e nos faz essa indagação:
Você está tendo essas 8 horas de lazer ?  E comenta o quanto isso é difícil na vida moderna, porém fundamental para o desenvolvimento mais pleno e harmonioso nosso e dos nossos alunos.

                               Márcia Maria dos Santos Solha
                                          Setembro/2010

Vídeo-aula 14: Projetos



Vídeo aula 14: Projetos

“A capacidade de projetar pode ser identificada como uma característica verdadeiramente humana. Somente o homem é capaz não só de projetar como também de viver sua própria vida como um projeto.  A idéia de projetar distingue a ação humana da atividade do animal irracional.”
      Do livro: “A escola mudou. Que mude a formação de professores”

“Ao mesmo tempo que o projeto é o momento que integra em seu interior a subjetividade e a  objetividade, é também o momento que funde num mesmo todo, o futuro previsto e o passado recordado. Através do projeto, se constrói para si um futuro desejado, esperado.
Na sua perspectiva operatória, o projeto não pode ser para um futuro longínquo nem também se limitar a ser muito imediato. Seu carácter parcialmente determinado faz com que ele não seja jamais totalmente realizado, sempre passível de modificações. Segundo Ladrière, citada por Boutinet em uma de suas obras, “ mais do que o plano ou o objetivo, o projeto com sua conotação de globalidade, é destinado a ser integrado numa história, contribuindo para modelizar o passado que é presente nele e prever o futuro.”
 Isto significa que todo projeto, através da identificação de um futuro desejado e dos meios próprios para  faze-lo realidade, se dá num certo horizonte temporal, no interior do qual ele evolui. Mas o projeto não se termina no ambiente onde sua evolução é previsível. Ele diz respeito primeiramente ao autor, que  dá uma perspectiva de um futuro que ele espera. Boutinet define então projeto como uma antecipação operatória, individual ou grupal, de um futuro desejado.”
                                                                  Jean Pierre Boutinet

O Prof° Nilson Machado, nesta vídeo-aula, nos fala que projeto é a atividade de um sujeito decorrente de sua vontade livre, da ação consciente, e que resulta numa criação ou modificação da realidade.  Portanto, a  idéia de projeto está ligada à ação, assim como educação, e é idéia fundamental em transdisciplinaridade, daí sua importância para a escola.
E ele ressalta, que desde que o ser humano nasce ele vive para os projetos.

A palavra projeto “pro jactum” significa: jato para a frente.
E os projetos implicam, envolvem: metas/objetivos; futuro/antecipação da ação; abertura/risco/criação; ação do sujeito/coação.
É a prefiguração de uma ação que você pretende realizar
Há projetos pessoais e coletivos. E quem projeta é quem realiza, pois não é possível viver a vida pelo outro.

E o Prof°Nilson nos cita que “projetos são como rios: a montante (a cabeceira) e a jusante (a foz para onde vão). A cabeceira é o alimento do projeto: sonhos, ilusões, utopias, esperança. E a foz, para onde vão, é a parte operacional dos projetos: planejamento, avaliação, trajetórias.

E acrescenta que projetos estão intimamente ligados à valores pois:
 “Há metas que valem e há metas que não valem.
Há metas que valem mais, há metas que valem menos.
Há o que deve ser cultivado e o que deve ser combatido.
Há o que deve ser conservado e o que deve ser transformado.
Nisto há duas dimensões, duas ações educativas : conservação e transformação.
E esses objetivos vão além dos objetivos das disciplinas, daí a transdisciplinaridade.

E como diz Paul Ricoeur:
A cultura também é aquilo que desadapta o homem, que o mantém a postos para o aberto, o longiquo, o outro, o todo. É função das “humanidades”, da história, e mais que tudo, da filosofia, contrabater a “objetivação” pela “reflexão”, compensar a adaptação do homem operário a um trabalho finito, pela interrogação do homem crítico sobre sua condição humana em conjunto e pelo canto do homem poético.  A educação, no sentido forte da expressão, não é talvez senão o justo, mas difícil equilíbrio entre a exigência de objetivação - isto é, de adaptação – e a exigência de reflexão e de desadaptação; é o tenso equilíbrio que mantém de pé o homem”.


                                             Márcia Maria dos Santos Solha
                                                           Setembro/2010

Vídeo-aula 13: Conhecimento em rede



Vídeo aula 13: Conhecimento em rede

O Prof.Nilson Machado nos mostrou que as “imagens” que temos do conhecimento nos levam a uma determinada ação docente, que às vezes não é percebida por nós, porém fica evidente pela nossa prática docente. Algo ainda pior que não ter a consciência da imagem como na citação anterior,  é quando temos um discurso, até acreditamos em alguns pressupostos, mas a nossa ação, nossa atitude vai na contra mão disso.

Portanto ao falarmos de “imagens” que temos do conhecimento, a meu ver, estamos falando de paradigmas.
E segundo Regina de Fátima Migliori:

A noção de paradigma é profundamente importante: trata-se do referencial primário, da estrutura básica de pensamento que irá determinar a nossa postura perante a realidade. É algo que antecede a criação das nossas idéias, pois atua como um determinante em nossa maneira de pensar. Mais do que isso: o referencial paradigmático estabelece os parâmetros não só de nosso saber, mas também de nossos valores, de nossas crenças, de nossos relacionamentos, de nossa vida, enfim.

...Por trás de tudo o que estamos cansados de saber esconde-se tudo o que precisamos descobrir. É só mudar o ponto de vista.
...Assim, se o paradigma é uma produção humana, então é passível de transformação. Mude-se o paradigma e mudamos o mundo, pois a forma de ver o mundo estará diferente.

...Crise paradigmática é o que está acontecendo nos dias atuais. Hoje, uma visão mais abrangente do mundo acabou originando a crise do conhecimento, isto é, a crise de um paradigma dominante que se faz pequeno demais para conter a compreensão humana, dando origem à conseqüente emergência do processo de introdução dessa visão mais abrangente.
Este novo paradigma propõe uma nova postura científico-filosófica e preconiza a retomada de uma visão da realidade de forma integrada, dinâmica, complexa e complementar.
Questionar a ordem paradigmática vigente é o ponto de partida do processo de reparadigmatização. Não se pode começar esse questionamento a partir de um único ângulo. Trata-se de uma abordagem que só pode ser efetivamente praticada de um ponto de vista transdisciplinar, isto é, deixando que as mais diversas linhas de saber se entrecruzem.

...Para ampliarmos nossa compreensão e participação no mundo, precisamos dispor de um modelo que também seja mais abrangente, que nos possibilite lidar com a realidade a partir de parâmetros mais integrados. O modelo ao qual nos referimos é a perspectiva de visão sistêmica de mundo, em que as partes são identificadas como integrantes de um todo interdependente. É a visão da totalidade a partir de um ponto de vista complexo e complementar. A complexidade nos faz perceber a interdependência, e a complementaridade nos leva à compreensão, cooperação e integração entre as diferenças.
 É importante compreender esses pressupostos, pois precisamos reaprender a sentir, pensar e agir de uma forma integrada, acionando harmonicamente as nossas potencialidades.”

As imagens do conhecimento por ele apresentadas foram:
1-      Balde renitente: onde expressões como “os alunos tem nível baixo”; “não foi atingido o nível mínimo”; “o conhecimento acumulado” dão mostras deste olhar e prática.
2-      Cadeia, grande encadeamento:  modelo que partiu de Descartes, fundador do pensamento ocidental. “Porém não podemos mais pensar em termos exclusivamente cartesiano, nem os carros são feito assim  hoje”, disse o Prof°Nilson Machado.  E complementa:” as palavras de ordem do planejador cartesiano são: reclama do passado e promete o futuro.”
3-      Redes de Significados: é muito mais rica, e neste olhar e ação, “o aprender é como navegar num mar de relações.”
E ele comenta que recebemos o aluno com essa rede e o trabalho não é só de acréscimo, mas também de retirada.
E as características associadas a pensar o conhecimento como uma rede são:
1-Acentrismo:  não tem ponto de partida, não tem um centro a partir do qual tudo se irradia; a rede tem centros de interesse. Cada pessoa tem um centro de interesse, cada um entra por uma porta de procedimentos.
2-Metamorfose: os conceitos estão vivos, num estado de permanente atualização, historicamente se transformam.
3-Transdisciplinaridade: todas as noções realmente importantes na vida, quando se pensa nelas, se pensa além das disciplinas. Por exemplo: temas como energia, água, proporcionalidade.

E o Prof°Nilson enfatiza  que não se trata de jogarmos fora a contribuição de Descartes, pois só andamos encadeando,  porém podemos encadear em cima de uma grande rede com liberdade para compor esses encadeamentos.
E fala: "Navegar nesse mar de relações que o conhecimento pensado em rede nos oferece. "
                                                    


                                                                          Márcia Maria dos Santos Solha
                                                                                                   Setembro/2010

Vídeo-aula 12: Aprendizagem



Vídeo aula 12: Aprendizagem

Se o QI não é um firme indicador da habilidade humana como supúnhamos, o que sabemos sobre nosso aprendizado ? A determinação, a perseverança e um ambiente acolhedor e sadio parecem ser mais importantes do que a habilidade inata. Além do mais, os saltos no sentido do aprendizado não ocorrem quando evitamos os erros, mas quando prestamos atenção aos erros que nos ensinam.
Temos que reverter velhos pressupostos. Ensinar não mais significa impor informações de fora, e sim vivenciar interiormente a experiência do aprendiz. E o bom aprendizado pode exigir muita atenção daquilo que não se sabe.
Talvez o mais importante seja ter ciência de “como fazer” e tentar encontrar as soluções de forma visceral e criativa.

...De vez em quando, todos achamos que sabemos mais do que na realidade. O que não percebemos é como isso interfere em nossa capacidade para aprender coisas novas. Elizabeth Berry, especialista em comunicação de Huntington, sugere que a atitude de não saber, comparável à idéia Zen, da “mente iniciante”, ajuda a abrir o raciocínio de quem quer aprender.
Agir como se não soubéssemos realizar uma tarefa em particular, ou como se nunca tivéssemos visto um objeto familiar antes, ajuda-nos a manter a abertura para novas possibilidades.

...Não mais precisamos que as pessoas sejam cães de guarda de informações, ressalta J.C.Powell da Universidade de Windsor em Ontário, mas ainda as educamos para esse modelo. Essa insistência ajudou a criar “nossa sociedade devastadoramente impessoal, em que buscamos respostas preto-no-branco”. O solucionador de problemas eficaz é flexível, acrescenta ele.
Também descobriu que quando os estudantes aprendem a identificar erros em seus próprios processos progridem muito rapidamente. Começam a ser “autodidatas”. “Depois que comecei a ensiná-los do ponto de vista que usavam, aconteceu algo surpreendente. O entusiasmo e o desempenho deu um salto enorme”      Wim Coleman e Pat Perrin

“ O senso comum já nos diz que “o sábio é aquele que sabe que nada sabe”. Pois bem, creio que a postura de indispensável humildade do educador surge exatamente quando ele se percebe “ignorante” no sentido aqui apontado, tornando-se, então , “um eterno aprendiz”.
...Quando insisto na importância da consciência da ignorância e, agora, do erro, não afasto, por óbvio, o valor do conhecimento e do especialista. Pelo contrário. O que sustento é que o conhecimento somente chega àquele que assume a postura de “eterno aprendiz”. Curiosamente, é apenas tal posicionamento que permitirá a percepção da interdisciplinaridade, pois a postura interdisciplinar pressupõe exatamente a humildade de cada especialista diante do Mistério maior do Saber, em sua unidade fundamental.”        Ruy Cezar do Espírito Santo

E Paulo Freire diz: "Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Não podemos duvidar de que conhecemos muitas coisas por causa de nossa prática. Não podemos duvidar, por exemplo,  de que sabemos se vai chover, ao olhar o céu e ver as nuvens com uma certa cor. Sabemos até se é chuva ligeira ou tempestade a chuva que vem.
Desde muito pequenos aprendemos a entender o mundo que nos rodeia. Por isso, antes mesmo de aprender a ler e escrever palavras e frases, já estamos “lendo”, bem ou mal, o mundo que nos cerca. Mas este conhecimento que ganhamos de nossa prática não basta .Precisamos ir além dele. Precisamos de conhecer melhor as coisas que já conhecemos e conhecer outras que ainda não conhecemos”               
 “A importância do ato de ler”

Nesta vídeo-aula a Prof°Paula Fernandes volta a nos falar que aprendizagem e memória estão interligadas. E que aprendizagem é o resultado final da retenção e da fixação de uma informação, como ocorre com as disciplinas escolares.

O Dr Márcio Luiz F. Balthazar citou que a memória e a aprendizagem são fundamentalmente influenciadas pela atenção e que essa atenção do aluno, no caso, pode ser prejudicada pelo sono; má alimentação; gripes e resfriados constantes; conflitos psicológicos e sociais.

A Prof°Paula apresentou os processos, os passos envolvidos na aprendizagem:
Sensação; Atenção; Concentração; Percepção e Memorização.

Falou dos tipos de aprendizagem :
-Aprendizagem por habituação
-Aprendizagem Social ou por Modelagem
-Aprendizagem por Condicionamento
-Aprendizagem por Tentativa e Erro
-Aprendizagem Processual X Declarativa

E dos domínios da aprendizagem:
-Domínio cognitivo: habilidades de memorização, compreensão, aplicação, análise, síntese e avaliação.
-Domínio afetivo: relações sociais, valorização, organização.
-Domínio psicomotor: habilidades relacionadas a movimentos básicos, reflexos, habilidades perceptivas e físicas, comunicação não discursiva.

E nos fez algumas indagações:
E na sua prática, qual tipo de aprendizagem você mais usa com seus alunos?

E que domínio você ensina ?

A maneira de se comportar perante seus alunos (levando em conta a aprendizagem social ou por modelagem) tem sido pensada como forma de aprendizagem ?

Como você pode melhorar as estratégias de ensino-aprendizagem no seu contexto profissional ?

          Inspirados nas citações do início deste texto e com as informações que obtivemos sobre aprendizagem através da vídeo-aula,  vale refletir sobre a nossa prática e buscar melhora-la.
                                               Márcia Maria dos Santos Solha
                                                             Setembro/2010                              

Vídeo-aula 11: Memória



Vídeo aula 11: Memória

“ Há muito que vemos a memória como um recipiente ou receptáculo, uma espécie de “depósito” da mente. Esse modelo tem ficado ultrapassado á medida que os pesquisadores confirmam que a memória é um processo criativo, não um acúmulo passivo; uma habilidade, não um traço fortuito.Os bebês são capazes de lembrar de experiências bem mais primitivas do que imaginamos.
Então como podemos aperfeiçoar a memória ?  As pessoas indicam que a memória está vinculada aos sentimentos e às emoções, a sugerir que podemos empregar as manifestações afetivas como ferramentas mnemônicas. Mesmo o sorriso ou o franzir do cenho podem servir como chave para lembranças específicas.
A memória parece que vem se mostrando , a um só tempo, bem mais sofisticada e bem mais simples do que imaginávamos. Não obstante as antigas técnicas mnemônicas e outros truques de memorização, o elemento mais crucial para a memória está numa simples palavra: atenção.”
                                                 Wim Coleman e Pat Perrin
“Nossas emoções levam à atenção, depois a atenção e a experiência levam à compreensão, facilitando a memória. Podemos descrever os elementos da memória como ligados por elos de uma corrente. Lembramos o que entendemos: entendemos só aquilo a que prestamos atenção. Prestamos atenção ao que queremos. Essa corrente nos dá memória. Quando a memória falha, o problema se encontra em alguma incapacidade para nos movermos ao longo da corrente.
Há também a metáfora da escada. Além de uma noção de conexão, a idéia abrange a dependência. Um passo na escada depende dos passos dados embaixo”                   Edmund Blair Bolles


Nesta vídeo-aula a Prof°Paula Fernandes nos lançou algumas perguntas fundamentais referentes ao tema da aula e intrinsicamente ligadas ao nosso trabalho:

Como será que seu aluno aprende ?
Aprende mais quando você fala (tipo de informação verbal), ou quando você mostra imagens (visual) ou quando você promove alguma atividade e ele participa (motora) ?
E como fazemos para melhorar isso ?

Como a memória influencia no processo de aprendizagem dos seus alunos ?
Qual tipo de memória que mais se relaciona com o seu trabalho ?

 E para nos informar, nos sensibilizar e nos dar elementos para refletirmos e respondermos as questões colocadas,  a Prof° Paula nos fez a seguinte exposição:
Memória é aquisição, formação, conservação e a evocação de informações.
É um processo neuronal – interações sinápticas. E as regiões relacionadas ao processamento da  memória são: hipocampo, amígdala e córtex frontal.

Memória e aprendizagem estão intimamente interligados.

As memórias são modeladas:
-pelas emoções
-pelo nível de consciência
-pelos estados de ânimo
Podemos classificar a memória em 5 tipos:
1-Segundo a função: memória de trabalho, gerencia a realidade, imediata.
2-De acordo com o conteúdo:
-Memória declarativa - registra fatos que podem ser :
    Epsódicos: eventos que assistimos ou participamos.
    Semânticos: conhecimentos gerais
-Memória Processual – de capacidades, habilidades motoras ou sensoriais, adquiridas de maneira implícita, sem que o sujeito perceba como está aprendendo. Ex. andar de bicicleta, saltar, nadar.
3- De acordo com o tempo de retenção:
-Memória sensorial: miléssimos de segundos
-Memória a curto prazo: imediata
-Memória a longo prazo: mais resistente, mais duradoura.
4-Quanto ao tipo de informação:
-Verbal
-Visual
-Motora
5-Segundo nível de consciência:
-Assertiva ou explícita: processo consciente, memória cognitiva.
-Implícita ou não-assertiva: processos inconscientes, estímulos subliminares, podem gerar respostas emocionais.

E quanto ao esquecimento ele pode ser causado por:
Fatores biológicos: cansaço, doenças, envelhecimento, falta de estímulos cerebrais.
Fatores psicológicos: falhas durante a codificação (desatenção), fatores emocionais.

“Durante anos, os pesquisadores imaginavam que a memória fosse armazenada em algum lugar do cérebro e dedicavam-se a descobrir onde a sua sede se localizava. Essa busca fracassou. Edmund Blair Bolles menciona as recentes evidências científicas de que o órgão da memória é o próprio neurônio: “A memória não se utiliza de um armazenamento; o neurônio simplesmente começa a funcionar de uma nova maneira.”
É um verdadeiro esforço criativo, executado por neurônios versáteis que aprendem novos hábitos e trabalham em equipe.
Por esse motivo, é errado comparar a “memória” do computador à verdadeira memória humana. A memória do computador acumula informações de forma passiva. Não é gerada de forma ativa. O fato de a memória não se distinguir claramente do pensamento, nota Bolles, é “provavelmente a maior surpresa da pesquisa na área”.                                             Wim Coleman e Pat Perrin



                                                                            Márcia Maria dos Santos Solha
                                                                                    Setembro/2010

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Vídeo-aula 10: Interdisciplinaridade e Transdisciplinaridade na educação




Vídeo aula 10: Interdisciplinaridade e Transversalidade na educação

."As escolas tem sido os instrumentos de nossa maior negação, inconsciência, conformismo e conexões rompidas. Assim como a medicina alopática trata dos sintomas sem se preocupar com o sistema como um todo, as escolas dividem o conhecimento e a experiência em “assuntos”, incessantemente transformando o todo em partes, flores em pétalas, história em acontecimentos, sem jamais restaurar a continuidade”.
                                                                                     Marilyn Ferguson

"Inglês não é história, história não é ciência, ciência não é arte  e arte não é música, e arte e música são assuntos de menor importância e inglês, história e ciência são assuntos importantes, e uma matéria é algo que você “aprende”, e quando você aprende você fica “sabendo” e se você ficar “sabendo”, você está imunizado e não precisa aprender de novo ( Teoria da vacinação da Educação)."
“O Ensino como Ação Subversiva” Neil Postman e Charles Weingartner

Marilyn Ferguson cita em seu livro também, que Noel McInnis, um educador preocupado, descreveu o processo:
Durante 12 anos confinamos o corpo da criança a um território limitado, sua energia  a uma atividade limitada, seus sentidos a estímulos limitados, sua sociabilidade a um limitado número de colegas, sua mente a uma limitada experiência com relação ao mundo em sua volta.”. O que irá ela aprender?”, perguntou McInnis. “A não fazer aquilo que lhe interessa”.
E Ferguson também comenta:
...“Estamos começando a perceber, com ofuscante claridade, como muitos dos nossos métodos tem sido antinaturais e por que seus resultados eram tão fracos, sé é que havia resultados. A pesquisa sobre a função do cérebro e sobre a consciência demonstra que o ensino deve mudar se quisermos explorar nosso potencial. "   

Para Basarab Nicolescu, a interdisciplinaridade diz respeito a transferência de métodos de uma disciplina para outra.
Segundo Ivani Catarina Fazenda a interdisciplinaridade trata-se de um movimento e não de um modelo. A interdisciplinaridade é um movimento de congruências e confrontos não só de disciplinas mas sobretudo de pessoas. É um movimento de harmonização, desvelamento e conquistas de sonho.                
   
Ainda segundo Basarab Nicolescu,  transdisciplinaridade, como o prefixo “trans” indica, diz respeito àquilo que está ao mesmo tempo entre as disciplinas, por meio das diferentes disciplinas e além de qualquer disciplina . Seu objetivo é a compreensão do mundo presente, para o qual um dos imperativos é a unidade do conhecimento...Por outro lado, a transdisciplinaridade se interessa pela dinâmica gerada pela ação de vários níveis de realidade ao mesmo tempo.

O desafio da transdisciplinaridade é gerar uma civilização, em escala planetária, que por força do diálogo intercultural, se abra para a singularidade de cada um e para a inteireza do ser.”                                UNESCO

Falar sobre interdisciplinaridade e transdisciplinaridade significa ir além: observar o fenômeno a partir de uma compreensão contextual, sistêmica, complexa com sua inseparabilidade, inter-retroações do contexto em que está se estruturando, desestruturando e se realimentando. Significa um olhar que se faz singular e que faz singular um novo pensamento; construído e construindo um novo caminho.
  “Favorecendo a inclusão pelos caminhos do coração” Maria Dolores Fortes Alves

Ainda neste livro, Alves cita que segundo Edgar Morin, reconhecer a complexidade intrínseca aos fenômenos é reconhecer a tessitura da vida. A interdependência é um princípio que alimenta a vida neste planeta. Rejeitar a interdependência entre Ciência e Cultura (ação do humano no mundo) significa negar o sujeito, desvanecendo o sentido da vida. A transdisciplinaridade é a dissolução dos discursos homogeneizantes na ciência e na cultura.
E como Morin mesmo diz, “já não há mais tempo de fragmentar e excluir. É tempo de religar, de conceber o diferente como fios de uma imensa trama integradora, única, singular, complementar e completa desta comunidade planetária.

Nesta vídeo-aula pudemos conhecer um Projeto sobre o rio Ribeirão Anhumas que é parceria da UNICAMP com uma escola pública de Campinas.
Coube à UNICAMP capacitar os professores e coordenar o projeto que tinha por objetivo a elaboração de um currículo mais regionalizado.
Como foi dito na vídeo-aula, é uma maneira diferente de ensinar e aprender e os professores de química, geografia e língua portuguesa utilizaram a interdisciplinaridade e a transversalidade.

O Prof.Nilson Machado explicou que na interdisciplinaridade as disciplinas não mudam seus objetos, mas há relações mais fortes entre elas. E comentou:  a água, a energia não são propriedades de nenhuma disciplina. E a realidade não é disciplinar.

E acrescentou: “Na organização curricular a transversalidade foi a reação à fragmentação disciplinar. Especialmente para abranger temas que atravessam transversalmente todas as disciplinas, como no caso do tema valores,e no projeto Ribeirão Anhumas os temas: cooperação, cidadania, saúde, meio ambiente."

E que a interdisciplinaridade, a inter relação entre as disciplinas, é condição, possibilidade para se criar a transversalidade que visa objetos, objetivos maiores do que os da minha disciplina.
O conhecimento absolutamente disciplinar é para especialistas. Para o cidadão matemática é um meio e não fim , fim é para especialista.

A interdisciplinaridade e a transversalidade são partes de um movimento que aparece em contraposição a um jeito de organizar o pensamento que surgiu no século XVII , e um dos primeiros formuladores foi Rene Descartes através do seu livro “Discurso do Método” de 1637.

Quem se opõe a essa fragmentação é Edgar Morin que diz que é um paradigma que impede o conhecimento complexo, o conhecimento da era planetária. E que ensina a separar disciplinas; separar homem-natureza; separar tudo. Não ensina a religar. Reformar o pensamento é religar para enfrentar os desafios que são globais e multidimensionais.

O Prof°Pablo Ruben Mariconda disse que é preciso juntar outros métodos contextualizadores e métodos de abordagens alternativas para ter uma visão mais unitária e não só ficar nas especialidades e não vendo efeito.

“Até o tempo de Descartes havia uma tendência de se ligar o corpo ao espírito. Corpo, cérebro e espírito faziam parte de um todo. Isso vinha desde a Grécia antiga e continua até a Renascença. Muito particularmente depois de Descartes, essa visão é quebrada com o advento do dualismo cartesiano. Aí há uma completa separação entre mente de um lado e corpo de outro. Isso teve enorme influência. Quando falo de Descartes, não o estou acusando. No fundo, quem deve ser acusado é quem tem seguido Descartes até agora."
     Antonio Damásio, chefe do Departamento de Neurologia da Universidade de Iowa e professor do Instituto Salk, da Califórnia,  autor do livro “Erro de Descartes”, entrevistado pelo jornal do Brasil –(citação do livro: “Ética, Valores Humanos e Transformação)

                                                  Márcia Maria dos Santos Solha
                                                            Setembro/2010
 

Vídeo-aula 9: Ciência e Educação



Vídeo aula 9: Ciencia e Educação

“A meta da educação não é aumentar a quantidade de conhecimentos , mas sim criar as possibilidades para que uma criança invente e descubra,  para criar homens capazes de fazer coisas novas”                                                                       Jean Piaget

“Estudar é realmente um trabalho difícil.
Exige de quem o faz uma postura crítica sistemática.
Exige uma disciplina intelectual que não se ganha a não ser praticando-a.
Sua característica fundamental é provocar nos educandos a curiosidade, o espírito investigador, a criatividade.
Estudar é uma forma de reinventar, de recriar, de reescrever – tarefa de sujeito e não de objeto.
A atitude crítica no estudo é a mesma que deve ser tomada diante do mundo, da realidade, da existência

...Como aprender a discutir e a debater com uma educação que impõe ?
-Ditamos idéias
-Não trocamos idéias

-Discursamos aulas
-Não debatemos ou discutimos temas

-Trabalhamos sobre o educando
-Não trabalhamos com ele

-Impomos-lhe uma ordem a que ele não se adere, mas se acomoda !

-Não lhe proporcionamos meios para o pensar autêntico, porque recebendo as fórmulas que lhe damos, simplesmente as guarda.
-Não  as incorpora porque a incorporação é o resultado de busca de algo que exige, de quem o tenta esforço de recriação e de procura.
Exige reinvenção.

...Só existe saber na invenção, na reinvenção, na busca inquieta, impaciente, permanente, que os homens fazem no mundo, com o mundo e com os outros”                                                          
                                                                                           Paulo Freire

O Prof°Luís Carlos Menezes nos apresentou a ciência na educação como linguagem, como instrumental prático e como visão de mundo. E a partir dessa exposição nos instigou a ensinar ciência através de projetos e trabalhos em grupos para possibilitar aos alunos  experienciarem, conhecerem  a ciência através desses três aspectos. E comenta: “As ciências são particularmente apropriadas para serem aprendidas com observações extra-classe, discussões em sala de aula e pequenos projetos de execução coletiva.”

Dessa forma os alunos estarão compreendendo que ciência é o conjunto dos conteúdos e que exige saberes, e é um instrumental de cada um, de todos, e não só privilégio e domínio do cientista e, também, é território da busca investigativa, da dúvida, da invenção.  E o Prof°Luís Carlos acrescenta:“ciência não é domínio das certezas, mas especialmente do direito `a dúvida. É da natureza da ciência cogitar sobre a origem e a evolução das coisas, seja a vida ou o universo, investigar hipóteses e inventar novos processos, incluindo aqueles de interesse prático.”
Dessa forma conhecer, experienciar e aprender a “ciência”,  é muito mais do que aprender, conhecer as disciplinas tão somente.
E podemos até dizer que é “criar as possibilidades para que uma criança invente e descubra; para criar homens capazes de fazer coisas novas” como diz Jean Piaget
E, também, “é provocar nos educandos a curiosidade, o espírito investigador, a criatividade.
... É uma forma de reinventar, de recriar, de reescrever – tarefa de sujeito e não de objeto”, como diz Paulo Freire

Márcia Maria dos Santos Solha
Setembro/2010

Vídeo-aula 8: Métodos investigativos em neurocências

Vídeo aula 8: Métodos investigativos em neurociências

Nesta vídeo-aula o Prof° Li Li Min nos mostrou como podemos investigar ou estudar a função cerebral de uma maneira não invasiva, isto é, sem precisar abrir a cabeça da pessoa.

A  revista Galileu, em junho de 2007, trouxe uma reportagem sobre o cérebro que  num dos trechos diz :
“Mas foi na década de 20 que o psiquiatra alemão Hans Berger registrou eletroencefalogramas, o produto da atividade elétrica do cérebro, em humanos pela primeira vez. Posteriormente, a técnica começou a ser utilizada no diagnóstico e monitoramento de males como epilepsia, distúrbios do sono, de alimentação, coma e na determinação da morte cerebral.
As tecnologias que vieram depois, como a tomografia computadorizada, a tomografia por emissão de pósitrons (PET/Scan), a imagem molecular, a magnetoencefalografia, a ressonância magnética e a ressonância magnética funcional, abriram um caminho sem precedentes na história da humanidade. Essa gama de recursos não trouxe apenas conhecimento sobre o diagnóstico e tratamento de doenças, mas sobre o entendimento do próprio pensamento humano. Graças a elas hoje sabemos com relativa certeza quais áreas do cérebro são predominantes no controle dos movimentos, na linguagem e no armazenamento e manutenção das memórias, por exemplo.
“As primeiras correlações entre áreas do cérebro e o desempenho de alguma tarefa vieram de estudos de lesões”, conta Ellison Cardoso, médico do Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da USP. “Enfartes, tumores, lesões traumáticas ou de outra natureza no parênquima encefálico determinavam déficits cognitivos, motores e sensitivos. Após a morte desses pacientes, os déficits eram relacionados com os achados do cérebro do cadáver. Dessa forma descobria-se que aquela área do cérebro prejudicada era responsável por determinada tarefa”
...Os estudos iniciais de ressonância magnética funcional (RMf) partiam do princípio localizacionista, tentando relacionar uma área do cérebro com uma tarefa. Porém, com o tempo, essa abordagem localizacionista foi se transformando em uma visão mais ampla, relacionada a redes neurais, pois estudos demonstraram que, em geral, várias áreas do cérebro são ativadas na realização de tarefas. A mente humana funciona com redes de processameneto de estímulos, tentando sempre avaliar qual a melhor resposta.
“O cérebro não é feito de várias gavetas, mas de redes que funcionam em paralelo ou seqüencialmente, diz Edson Amaro, professor do Departamento de Radiologia da Universidade de São Paulo. Hoje se sabe que, para funções mais básicas do organismo, as áreas do cérebro que se “acendem” durante um exame de RMf são praticamente as mesmas em qualquer indivíduo. Mas em atividades mais complexas e subjetivas, as redes neurais variam muito de pessoa para pessoa.”

O Prof. Li Li Min li mencionou os métodos de estudo da função cerebral através de neuroimagem funcional:
1-      EEG: Eletroencefalograma
2-      MEG: Magneto-encefalografia
3-      PET: Tomografia por emissão de pósitrons
4-      NIR-DOT: Tomografia óptica
5-      RM: Ressonância magnética ( várias modalidades: MRSI; MRS; DTI; fMRI )

A tendência atual são as técnicas multimodais. O objetivo é combinar diferentes técnicas potencializando as virtudes individuais:
MEG/EEG ; EEG/NIRS ; EEG/fMRI ; NIR/fMRI.

Cada caso, situação, quadro clínico, pede, necessita de um tipo específico de pesquisa, estudo, investigação.

                                                Márcia Maria dos Santos Solha
                                                       Setembro/2010