domingo, 10 de julho de 2011

CONSIDERAÇÕES SOBRE O 4°MÓDULO:

O  blog FLOR ESSÊNCIA foi criado com o objetivo de postar os trabalhos realizados no Curso de Especialização: Ética, Valores e Saúde na Escola da Universidade de São Paulo.

Esse 4°módulo, que se iniciou dia 02 de maio e se encerrou dia  30 de junho, teve como temas: Saúde e Educação, que foram apresentados em  duas disciplinas, com 28 vídeo-aulas, além da tutoria de projetos, que é uma atividade presencial ocorrida uma vez por semana.
As duas disciplinas, desse 4°módulo, foram:
-Educação Comunitária e para a Cidadania -14 vídeo-aulas.
-Epilepsia: Perspectiva psicossocial e a interação com a sociedade -14 vídeo-aulas.

Esse é o último módulo desse curso, sendo que no próximo semestre cada aluno(a) se dedicará à sua monografia.

As 111 vídeo-aulas presentes nesse blog, estão distribuídas em quatro módulos: 27 no primeiro e 28 nos outros, isto é, no segundo, terceiro e quarto módulos, e  teceram esse curso com “fios de ouro”, me possibilitando muitas reflexões, conhecimentos e aprendizado.

Agradeço a cada professor(a) que, através de sua aula, contribuiu efetivamente para o meu aprimoramento,  o meu crescimento pessoal e profissional.

Em especial agradeço ao Prof°Ulisses Araujo, mentor e coordenador do curso, pela sua brilhante articulação para que esse projeto se tornasse realidade. E também às professoras tutoras, que acompanharam os projetos de pesquisa (realizamos 4 em grupo,1 por módulo):
Prof° Juliana Rodrigues – que considero a “Madrinha” do EVS, imprimindo no curso um tom, um sabor, um ritmo, regendo tantos instrumentos, vozes, de forma intensa e harmoniosa.
Prof° Kenya Paula Gonsalves da Silva
Prof° Angela Esteves Modesto
As três professoras: Juliana, Kenya e Angela, agregaram pela excelência, entusiasmo, compromisso, acolhimento e ternura. E através delas e com elas pudemos vivenciar o que aprendemos na teoria.

Participar desse curso foi muito significativo para mim pela proposta, conteúdo, filosofia, metodologia, pessoas  e, também, especialmente, por ser na Universidade de São Paulo – USP LESTE,  pela excelente qualidade de ensino e pela proximidade maior com a comunidade e os problemas existentes.

Faço aqui minha homenagem à Anísio Teixeira, Paulo Freire e Darcy Ribeiro a quem fiz menção na minha redação para o concurso desse curso e  hoje, no término dessa etapa,  quero reiterar  meu respeito, admiração e reverência à pessoa, à obra e ao legado de cada um deles. Vale ressaltar que, hoje, estamos nos beneficiando dos frutos das sementes plantadas, regadas e cuidadas por eles.
Que nós, educadores, possamos dar continuidade às buscas, lutas,  pela realização da tão sonhada e necessária  Educação de qualidade para todos e todas.

Á você, que lerá esse blog, espero que lhe seja muito proveitoso, como foi para mim.
Desejo-lhe Florescência, FLOR ESSÊNCIA.
                                                                         
                                                                      Márcia Maria dos Santos Solha
                                                                                      Julho/2011

quarta-feira, 6 de julho de 2011

(4°) Vídeo-aula 28 - Campanha Global: Epilepsia fora das sombras


4°Módulo – Vídeo-aula 28: Campanha Global : Epilepsia fora das sombras

O Prof°Li li Min disse que essa Campanha foi uma iniciativa da OMS (Organização Mundial da Saúde), da Liga Internacional dos Profissionais e da Assistência Mundial dos Pacientes e começou em 1997.

O Brasil adentrou mais firmemente em 2002 com a participação em projetos demonstrativos onde se buscava formular modelos de atendimento na Unidade Básica de Saúde, políticas públicas voltada à epilepsia, que tem servido de modelo para outros países.

Esse projeto foi desenvolvido pela ONG “ASPE”, em parceria com a UNICAMP, teve 6 fases, duração de 4 anos, e duas cidades foram escolhidas para a pesquisa: Campinas e São José do Rio Preto.

Objetivo: desenvolver um modelo de atendimento à pessoas com epilepsia na rede primária de saúde, que possa ser aplicado em escala nacional.

Constatou-se a importância do treinamento dos profissionais das Unidades Básicas, e que é possível o tratamento nessas Unidades e isso tem promovido um controle das crises e mudanças psicossociais (menos falta na escola, no trabalho; taxa de emprego; lidar com as crises; diminuição de crenças) nos pacientes e familiares.

Concluiu dizendo que é possível e indicado atender esses pacientes nas Unidades Básicas de Saúde tanto em questões terapêuticas como de diagnóstico. E que esse modelo deve ser expandido para todo o território nacional.

E falou: “estamos abrindo uma nova era, aqui, nas escolas do Estado de São Paulo tendo você com plena capacidade para discutir essa temática, que visa a construção de uma sociedade mais ética, consciente e saudável, levando, nos próximos anos, a uma  redução do preconceito.”

Márcia Maria dos Santos Solha
Julho/2011

(4°) Vídeo-aula 27 - Interação social: família e sociedade

4°Módulo – Vídeo-aula 27: A Interação social: família e sociedade


A Prof°Paula Fernandes disse que a epilepsia afeta as relações familiares. O diagnóstico define uma reorganização de papéis na família. Além disso, a relação dos cuidadores com o trabalho e a escola fica prejudicada pelas visitas regulares ao médico e pelas crises inesperadas, ocorrendo um desajustamento familiar e um impacto socioeconômico.

A sociedade tem demonstrado em relação à epilepsia: crenças, idéias inadequadas, rejeição, estigma, atitudes de preconceito, desinformação.
Porém a família e a sociedade é que reforçam ou evitam o comportamento do paciente: coitado, dependente, doente.

Como mudar esta situação ?
Como inserir mais a família e a sociedade ?
É importante que as pessoas falem sobre a epilepsia e para isso é necessário trabalhar em grupo.

Objetivos do trabalho em grupo:
-Auxiliar no conhecimento de informações.
-Discutir medos e preocupações.
-Compartilhar idéias.
Diminuir desconfortos relacionados.

E para esse trabalho em grupo a Prof°Paula sugere:
Passo1: Informações gerais.
Passo 2: Acolhimento do grupo.
Passo 3: Apresentação do tema.
Passo 4: Apresentação de experiências.
Passo 5: Discussão de ações.
Passo 6: Fechamento do grupo.
E se possível que tenha pacientes, familiares, pessoas interessadas.

O trabalho em grupo:
*Facilita a relação interpessoal.
*Permite a troca de experiências entre pessoas que vivenciam situações similares.
*Favorece a interação social e melhora a relação com a família e com a sociedade.

 Epilepsia sob nova perspectiva:
As pessoas com epilepsia e suas famílias são um grupo social cuja condição pode ser aliviada na medida em que se tome consciência da situação, se elimine o estigma e se adaptem medidas efetivas para o tratamento e a inclusão social destas pessoas.
E finalizou dizendo: “ nós como profissionais da saúde, da educação, da área social, temos esse compromisso, esse dever, e nós contamos com você para colocar a epilepsia nessa nova perspectiva.”

Márcia Maria dos Santos Solha
Julho/2011

(4°) Vídeo-aula 26 - A valorização da cultura corporal da comunidade escolar


4°Módulo – Vídeo-aula 26: A valorização da cultura corporal da comunidade no currículo escolar

O Prof°Edson Azevedo apresentou uma experiência (Uh-Batuk-Erê: uma ação de comunidade) adotada por uma escola da rede municipal de ensino, no bairro de Tremembé, na zona norte de São Paulo.

O que fazer ?
Estabelecer a dialogicidade entre os diversos saberes e tradições identificando as etnias que formam o povo brasileiro.

Como fazer acontecer ?
Promover a arte como mediadora do multiculturalismo presente na identidade brasileira, orientada pela pedagogia da autonomia, da emoção do saber fazer consciente.

A ação acontece em cinco frentes:
Encontros de formação
Oficinas
Fóruns comunitários
Trilhas culturais/ Trilhas de observação do entorno
Apresentações dentro e fora da escola
E são os alunos que trazem a comunidade para dentro da escola – Protagonismo.

O que mudou ?
A relação como grupo
Atuação e envolvimento no espaço-escola
Compartilhamento de ações coletivas
Encontros comunitários
Redução de preconceitos e desigualdades

Que a Ação Uh-Batuk-Erê continue:
Buscando resultados concretos e mensuráveis
Ressignificando a escola como elemento agregador
Envolvendo a comunidade
Valorizando o saber popular associado ao sistematizado
Construindo a cidadania com emoção e conhecimento.
Formando e fazendo a nossa história.

E o prof°Edson termina dizendo:
“A Educação tem um papel de responsabilidade comunitária.
Educação: um processo contínuo.”

Márcia Maria dos Santos Solha
Julho/2011



(4°) Vídeo-aula 25 - Relações com as comunidades e a potência do trabalho em rede



4°Módulo – Vídeo-aula 25: Relações com as comunidades e a potência do trabalho em rede

A Prof°Patrícia Junqueira Grandino discorreu sobre o tema levantando os seguintes aspectos:

Contemporaneidade: Tempo de Paradoxos:
-Final do sec XX (últimos 35 anos) notáveis descobertas e progresso científicos, progressão do nível de vida.
-Crescimento econômico não garante a equidade, não garante o respeito pela condição humana.

Tensões:
-Cultura de massa x cultura local: tornar-se cidadão do mundo sem perder referências e pertencimento a comunidade de origem.
-Tradição x Modernidade: construir sua autonomia em dialética com a liberdade e a evolução do outro, dominar o progresso científico.
-Competição x Igualdade de oportunidades: conciliar a competição que estimula, a cooperação que reforça e a solidariedade que une.

Vivemos um tempo de fragmentação no qual a realidade é multifacetada e a sucessão de eventos assume um ritmo frenético.
Mais de 90% dos lares brasileiros tem televisão. Acompanhamos em tempo real os acontecimentos do mundo, ressoando em cada um de nós o impacto disso.
Frente a esses paradoxos e tensões que vão se acentuando.Com a cultura de massa  dissiminando valores e modo de existir generalizados, onde corre-se o risco de descaracterizar a essência da individualidade de cada pessoa e de cada grupo, temos por outro lado uma condição de acentuação maior das identidades locais.
A importância para os jovens de grupos de pertencimento com identidades próprias, ex: emos, skatistas, surfistas, enfim, composições grupais- sentimento importante na constituição de suas identidades.

Sobre a 3°tensão: competição x igualdade de oportunidades a Prof°Patrícia enfatizou:
“A competição não na sua forma destrutiva, mas de maneira estimulante, pode servir como desafio, como um instigado desejo de pessoas, grupos, alcançarem objetivos. E por outro lado é preciso desenvolver as outras formas de relacionamento mais participativos, cooperativos e que pressupõem um laço social mais compartilhado e efetivo. Essa  tensão nos possibilita perceber a importância do trabalho com comunidades.”

Comunidades – de que falamos?
Comunidade:
-Realidade social que garante a permanência de laços sociais mais estreitos. Locais de afirmação da identidade de sujeitos e grupos.
-Presença de afetos e sentimento de pertença e potencial de solidariedade pelo reconhecimento recíproco (família, associações, igrejas).
-Comunidade(s) podem ser considerada(s) espaço(s) privilegiado(s) de garantia e exercício da cidadania.

A potência do trabalho em rede:
Pensar a escola como um pólo de irradiação e de aglutinação desses recursos, que possam fortalecer a implicação desses diferentes atores com as questões dessa comunidade e os aspectos de enfrentamento dos problemas dessa comunidade.
É possível uma problematização de qualidade dos problemas dessa comunidade. Uma reflexão compartilhada de um mesmo problema com educadores, profissionais de saúde, alunos, pais e conselheiros tutelares.

Trabalho em rede:
-Potencializar os recursos da comunidade
-Fortalecer a implicação dos diferentes atores de uma comunidade
-Problematizar as questões emergentes da comunidade coletivamente
-Identificar estratégias de enfrentamento compartilhadas

Exemplo: Dificuldades de relacionamento entre adolescentes, famílias e escola:
Quais seriam os atores que poderiam ser convocados a participar dessa discussão e operar no sentido de pensar estratégias de intervenção para essa realidade ?

-Atores potenciais: professores, conselheiros tutelares, líderes religiosos, mães, pais, avós (a importância nessa perspectiva da tradição, as relações inter geracionais e o ganho que elas podem oferecer num trabalho de acolhimento e fortalecimento dos vínculos), educadores sociais, agentes comunitários de saúde, adolescentes, universidades.

-Organização de um plano de atividades ativas e participativas sobre a temática:
*Fóruns de discussão sobre o ECA.
*Formação de adolescentes multiplicadores de práticas de solidariedade comunitária.
*Oficinas de pais e educadores (efeito preventivo).

E a Prof°Patrícia encerrou dizendo: “com isso se potencializam os resultados, se fortalecem os vínculos e essas relações solidárias da comunidade passam a ser mais efetivas.”

Márcia Maria dos Santos Solha
Julho/2011


(4°) Vídeo-aula 24 - Papel das ONGs e Associações de Epilepsia




4°Módulo – Vídeo-aula 24: Papel das ONGs e associações de Epilepsia

O Prof°Li li Min comentou sobre a importância do papel das ONGs e, em especial, da “ASPE – Assistência à Saúde de pacientes com epilepsia, que nasceu para desenvolver uma campanha internacional.
Além de ter instituído o dia 9 de setembro como dia de conscientização da epilepsia, ainda municipal e também Latino Americano, mas que, em breve, se tornará  nacional, desenvolve outras atividades:
-Encontros Nacionais de Associações de grupos de pacientes com Epilepsia.
-Revista “Sem Crise”.
-Gibi – para o público jovem.
-Projeto “Mil Líderes” – treinar líderes comunitários que sirvam de multiplicadores levando as informações para a comunidade (fizeram, também, parceria com a Pastoral da Sáude).
-Projeto Conexão - para ampliar a Rede Social:  divulgando o tema epilepsia, promovendo a formação de redes sociais e parcerias na comunidade.
-Projeto GIS – grupos de interação social: promover a interação social de pessoas com epilepsia, família e comunidade.

O Prof° Li ressaltou três objetivos importantes das ONGs:
-Resiliência
-“Empowerment”
-Redes Sociais
E disse: “as ONGs tem um papel não meramente assistencial, mas de aumentar, melhorar a resiliência do paciente e seu familiar para que enfrente melhor a situação. E, também, o “empowerment” – empoderamento, isto é, dar o poder, a voz ao paciente, pois eles estão à margem da sociedade. Os pacientes têm direitos, mas para alcançar esses direitos eles precisam buscar. Você não ganha cidadania, ninguém te passa um título de cidadão, mas você precisa conquistar, fazer valer com a sua vontade e obter esse título de cidadania. E as Redes Sociais amarram esses aspectos dando sustentação ao paciente. A escola, você, professor, pode usufruir dessas Redes Sociais para ampliar as suas ações, fazendo com que você tenha muito mais respaldo, penetração e força de persuasão levando essas informações mais longe.”

E concluiu destacando que o papel das ONGs é de parceria. E falou: “busque uma delas e tente, busque  articular para um fim comum.”

Márcia Maria dos Santos Solha
Julho/2011

(4°) Vídeo-aula 23 - Estigma


4°Módulo – Vídeo-aula 23: Estigma

Goffman define estigma como: “referência a um atributo depreciativo, fraqueza ou desvantagem. A pessoa estigmatizada é considerada como tendo uma característica diferente da aceita pela sociedade e é tratada diferentemente pela mesma, que mostra conceitos errados e preconceituosos.”

A prof°Paula Fernandes ainda disse que o estigma é um fato real e global, tem efeito negativo e é comum em vários países.
É um conceito multifatorial e para combate-lo é preciso uma intervenção ampla.

Há o estigma real: situações de discriminação feias pela sociedade.
E o estigma percebido: resultante dos sentimentos dos pacientes a partir de suas crenças e dos comportamentos da sociedade.

Pessoa que se sente estigmatizada:
-maior preocupação com a sua condição
-baixos níveis de autoestima
-baixa autonomia
-problemas nas relações sociais
Dificuldades na escola e no trabalho

Informação é a principal arma no combate ao preconceito, na melhora desse estigma da pessoa com epilepsia. Porém só informação não basta, precisamos ter atitudes, condutas, que influenciem de uma maneira mais positiva.

E enfatizou: “quando se age adequadamente também se está educando as pessoas em volta para tentar minimizar o estigma.”

Como a gente muda isso:
-Campanhas na mídia.
-Atendimento integral ao paciente e sua família.
-Capacitação – educação continuada de profissionais da saúde, educação, e área social, pacientes e famílias.
 
Márcia Maria dos Santos Solha
Julho/2011

(4°) Vídeo-aula 22 - Lazer, juventude e esportes

4°Módulo – Vídeo-aula 22: Lazer, juventude e esportes

O Prof°Ricardo Uvinha falou de início de uma pesquisa com adolescentes de 12 a 18 anos na China que revelou a preferência deles por ver TV no tempo livre. E isso não é diferente aqui no Brasil, onde também o esporte na TV ou como praticante é muito presente.

Cultura e identidade de grupo:
-Espaço físico
-Grupos/ Tribos/ Gênero
-Rixas
-Linguagem
-Vestimenta
-Música
A indústria cultural se aproveita muito desses elementos.
O que é dito nas pistas dos skatistas,  a forma de linguagem, vem para a realidade do dia a dia e esse jovem se expressa assim na escola.

Pedaço: termo antropológico usado por diversos autores entre eles José Guilherme  Canto Manhame. É um espaço simbólico entre a casa e a rua; o formal e o informal; o público e o privado. Assim os jovens se reconhecem no encontro com outros jovens, no encontro com os pares.

Definição de Pedaço: “espaço onde [...] se desenvolve uma sociabilidade básica, mais ampla que a fundada nos laços familiares, porém mais densa, significativa e estável que as relações formais e individualizadas impostas pela sociedade.”

Pedaço – dois componentes:
-de ordem “espacial” (o telefone público, a padaria, o campo de futebol, o bar, etc...)
-de ordem “simbólica” (composto de uma ampla rede de relações sociais)
Termo que designaria um espaço intermediário entre o privado (casa) e o público (rua).

Esportes radicais, mídia e marketing:
Classificação
Aéreos: paraquedismo, balonismo, vôo livre.
Aquáticos: surf e outros.
Terrestres: caminhada e outros.

Características da aventura:
-resultados incertos, grau de imprevisibilidade.
-perigo e risco
-desafio
-novidade
-exploração e descoberta
-atenção e concentração
-estímulo e entusiasmo

O Prof°Ricardo citou uma reportagem da Revista Nova Escola de agosto de 2006 onde menciona escolas que adotavam esportes de aventura no conteúdo tanto nas aulas de Educação Física como abrindo as escolas para a comunidade.

Escolas – modalidades adaptadas:
Banco sueco: esportes com prancha
Rolamentos em colchonetes: esportes aéreos
Equipamentos trazidos pelos alunos

Vivências fora da escola:
Bóiacross; rafting; surfe; escalada outdoor; cascading/canyoning; trekking; rapel.
Também é fundamental valorizar o meio ambiente, elementos de cooperação, de sociabilidade, que são fundamentais quando associados à comunidade.

Lazer do jovem:
-Compreensão das múltiplas experiências do lazer vivenciadas pelo jovem no seu tempo livre.
-Momentos de acentuada relevância em termos de valores e expressão, de signos sociais.
-Cultura juvenil multifacetada e em constante transformação.

Márcia Maria dos Santos Solha
Julho/2011

(4°) Vídeo-aula 21 - Lazer, cultura e elementos comunitários

4°Módulo – Vídeo-aula 21: Lazer, cultura e elementos comunitários

O Prof° Ricardo Uvinha tratará nessa vídeo-aula do lazer como uma esfera social e a relação do lazer com a comunidade.
E ressaltou que o lazer tem uma dimensão subjetiva e uma esfera social significativa. E que o lazer tem distintas definições.

Conceito de lazer (Jofre Dumazedier)
“Um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se ou ainda para desenvolver sua formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora, após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais”.

Três dimensões (3Ds):
-Descanso
-Divertimento
-Desenvolvimento

Jofre Dumazedier indica os conteúdos culturais do lazer:
-artisticos; intelectuais; manuais; sociais; físicos; turísticos.
Interesses artísticos: Imagens, emoções, sentimentos / Conteúdo estético, busca da beleza / Campo simbólico
Ex. manifestações artísticas: teatro, museus, centros culturais, cultura popular)
Interesses intelectuais: Ex. participação em cursos, leitura, jogo de xadrez
Interesses manuais: Artesanato, culinária, “bricolage” / Jardinagem, cuidado com animais /
Interesses sociais: Festas, bailes, bares e cafés
Interesses físico-desportivos: Práticas esportivas, pesca, ginástica.
Interesses turísticos: Turismo como “elemento” do lazer.
Todos esses seis elementos podem ser associados à dimensão de divertimento e de desenvolvimento.

Lazer, cultura e elementos comunitários:
-Busca de forma “preponderante” no desenvolvimento de atividades.
-Escolhas subjetivas (evidencia-se a “opção” no lazer).

Equipamentos de lazer:
-Não específicos: (lar, rua, escolas)
-Específicos: construídos com a finalidade do lazer. Subordinação aos conteúdos culturais do lazer: artístico, intelectual, manual, social, físico e turístico.
-Micro equipamentos especializados: a um conteúdo cultural do lazer (academia de ginástica, biblioteca)
-Médio de polivalência dirigida: clubes com 3, 4, 5 conteúdos culturais do lazer.
-Macro equipamento polivalente: plenitude dos conteúdos culturais do lazer.

Por exemplo: Zona Leste tem 4 milhões e meio de habitantes.
Estimular não só a criação de novos equipamentos específicos, mas a criação de possibilidades a partir dos equipamentos não específicos. Abrir o espaço da escola para absorver a cultura da comunidade. O lazer deve ser aproveitado no equipamento não específico. Abertura da rua. E para novos equipamentos específicos a comunidade deve ser consultada ( o que cabe, o que gosta).

Equipamentos de lazer:
Devem atender a população de forma democrática e devem receber efetiva política de animação cultural.

Atuação profissional:
Os agentes/animadores socioculturais tem importante papel na sensibilização para o usufruto do espaço/equipamento. Associar essas atividades ao desenvolvimento da comunidade, estimular e garantir a participação democrática em termos de cidadania e garantir, também, o entendimento da importância do lazer como uma esfera social.

Márcia Maria dos Santos Solha
Julho/2011


(4°) Vídeo-aula 20 - Como lidar com limitações: elas existem ?


4°Módulo – Vídeo-aula 20: Como lidar com limitações: elas existem ?

 O Prof°Li li Min disse que é importante não focar nas limitações, mas no que podemos fazer. Tentar enxergar o lado mais positivo e levar a mensagem aos pacientes e familiares das possibilidades, enquanto ser humano, de desenvolver-se plenamente e buscar seus sonhos.

E ressaltou: “Algumas limitações são justas e protegem a pessoa. Outras limitações são originadas de desinformação e preconceito.
A grande âncora que segura a questão, que dá sustentação às limitações, é a desinformação e o preconceito. É preciso tirar essa âncora, para que se possa navegar livremente nessa vida, que é ampla e repleta de oportunidades.
Ao invés de dar ênfase a quais são as limitações, abrir o horizonte para quais são as possibilidades na vida dessa pessoa.”

A pessoa com epilepsia pode:

-praticar esportes (porém nem todos são recomendáveis).
-dirigir (a partir de 2 anos sem crises).
-casar e ter filhos .
-trabalhar e estudar.
-ter qualidade de vida.

Márcia Maria dos Santos Solha
Julho/2011

(4°) Vídeo-aula 19 - Cidadania






4°Módulo – Vídeo-aula 19: Cidadania

Cidadania é a competência humana de fazer-se sujeito para fazer história própria e coletivamente organizada.”                                  Pedro Demo

A Prof°Paula Fernandes utilizou-se dessa citação e ainda disse:

Cidadania é um processo em construção, pautado em direitos e deveres assumidos pelos sujeitos sociais e pelo Estado, na direção de uma sociedade justa, livre e igualitária.

-Construção individual e coletiva.
-Exercício igualitário de direitos civis, políticos e sociais reconhecidos no momento histórico por todos que a compõem.

É cidadão:
*Aquele que vive a plena posse de seus direitos e exercita seus deveres.
*Usufrui de bens e serviços produzidos socialmente.
*Participa de forma livre, consciente e autônoma das decisões de vida de seu país.

E o que significa cidadania na epilepsia ?
1-Acesso ao conhecimento – consciência social.
2-Tomada de decisão individual – me fazer sujeito da história, querer e me comprometer.
3-Tomada de decisão coletiva – organização de pessoas com interesses comuns.
4-Desenvolvimento de ações -a partir do momento que eu tenho esses três itens eu posso desenvolver as ações.
E o importante para o desenvolvimento das ações é a direção única: construção de uma sociedade justa, igualitária, democrática, tendo por base a afirmação da VIDA e da DIGNIDADE.

Essa cidadania que estamos falando é garantida por lei, porém a cidadania plena só existirá quando for garantido igual tratamento e oportunidade para todos os cidadãos.

E finalizou dizendo: “todos nós temos a responsabilidade de  tirar estes direitos do papel e torná-los realidade. É preciso mobilizar diferentes segmentos sociais, diferentes pessoas para tornar realidade a questão da cidadania da epilepsia.”

Márcia Maria dos Santos Solha
Julho/2011

(4°) Vídeo-aula 18 - Valorização da cultura corporal da comunidade no currículo escolar

4°Módulo – Vídeo-aula 18: Valorização da cultura corporal da comunidade no currículo escolar

O Prof°Marcos Neira trouxe de início a concepção de cultura para os estudos culturais: Campo de lutas para validação de significados.
E definiu cultura corporal: conjunto de conhecimentos que envolve brincadeiras, danças, lutas, ginásticas e esportes. Todos os grupos culturais também possuem uma parte da cultura que se refere às práticas corporais e atribuem significados específicos a essas práticas corporais.

Cultura e Cultura corporal:
-Concepção dos estudos corporais
-Movimento x Gesto
-Produção da gestualidade
-Textos corporais

As manifestações culturais agregam os elementos da gestualidade sistematizada. Um gesto tem um sentido específico dentro de uma brincadeira, dentro de um esporte, de uma dança.
Leitura da gestualidade: o gesto é um movimento com significado.
O movimento dentro da brincadeira, esporte, dança, da ginástica tem como intenção comunicar. Esse movimento está dentro de um texto, um texto da cultura corporal. Por isso na perspectiva corporal movimento é uma coisa e gesto é outra.
Gestualidade – textos corporais culturais: produzidos pelas crianças, jovens, adultos, idosos, por vários grupos sociais. Essa produção da gestualidade está sempre relacionada ao sentido que aquela prática corporal tem em determinada comunidade. Cada comunidade produz uma gestualidade que lhe permite veicular os significados do mundo.
Andar de skate, jogar futebol, brincar de amarelinha são textos da cultura corporal.

Conceitos extraídos da Teoria Curricular Pós crítica
4 Princípios Curriculares:
-Enraizar as identidades: será que aquelas práticas corporais que escolhemos estão enraizadas, tem relação com essas identidades?
-Justiça curricular: equilibrar as práticas corporais que representam todos esses grupos culturais.
-Evitar o daltonismo cultural: reconhecer o arco-íris de culturas.
-Ancoragem social dos conteúdos: todas as brincadeiras devem estar ancoradas socialmente. As práticas corporais devem ser selecionadas pelo professor tendo em vista a existência dessa prática corporal fora da escola.

Cultura corporal é um patrimônio e precisa ser estudado dentro da escola, entendido, apreciado, compreendido. O que nos leva a algumas orientações didáticas:

-Mapeamento da cultura corporal: procurar identificar quais são as experiências culturais corporais que as pessoas da escola acessam.  A partir desse mapeamento vamos selecionar as práticas corporais que serão trabalhadas no currículo. Por exemplo trabalhar com esse artefato da cultura corporal: o pião.

-Ressignificação das práticas corporais: as crianças na sala de aula compõem uma microsociedade multicultural. Esse pião é ressignificado de várias maneiras.

-Aprofundamento dos conhecimentos: produto de pesquisa que fizeram sobre o pião.

-Ampliação: crianças indígenas brincando de outra maneira com o pião fizeram com que ampliassem o significado ao redor desse artefato.

Márcia Maria dos Santos Solha
Julho/2011

(4°) Vídeo-aula 17 -Transformações sociais, currículo e cultura

4°Módulo – Vídeo-aula 17: Transformações sociais, currículo e cultura

O Prof°Marcos Neira iniciou dizendo que o objetivo da vídeo-aula era procurar uma inter relação entre esses três elementos.

E para falar de como a sociedade veio se modificando nos últimos tempos, escolheu alguns itens como:

1-Globalização: há autores que dirão que ela remonta ao século XVI, XVII com a circulação de bens e serviços. Porém tratará da globalização nos últimos 50 anos. E sobre isso fez menção ao self-service e, também, que acompanhamos algo do outro lado do mundo ao vivo. Pela primeira vez nos deparamos com o outro, em qualquer lugar, cotidianamente e quase que o tempo inteiro.
2-Contexto democrático: a sociedade veio lentamente se democratizando. Hoje temos um público na escola, que até um tempo atrás não estava presente.
3-Sociedade Multicultural: uma sala de aula é um contexto multicultural. Uma família também. São campos, terrenos, territórios culturais absolutamente distintos.
4-Função social da escola: garantirá experiência social, uma circulação na esfera pública de maneira mais qualificada. É preciso selecionar determinados elementos para colocar dentro da experiência escolar.

E  ressaltou: “essa experiência de currículo tem chamado a atenção de teóricos como: Antonio Flávio Barbosa Moreira, Ana “Canen” (copiei como ele pronunciou),Tomas Tadeu da Silva, Elizabete de Macedo, Alice Casemiro Lopes. E para eles currículo é toda experiência proposta pela escola ou a partir dela.
Como todo currículo é uma prática social, ele deixa marcas. Nós somos marcados pelos currículos que percorremos."

Tomas Tadeu da Silva vai nos dizer: “O currículo, portanto, forja identidades."

Na teorização curricular contemporânea a maioria dos textos vem dividindo as teorias curriculares em três grandes grupos:
Teorias curriculares
-Teorias tradicionais: objetivam recortar uma parte da cultura erudita e não colocam em xeque o valor desses conhecimentos, tem que, simplesmente, ser aprendidos.
-Teorias críticas: nas décadas de 60, 70 e 80 o modo tradicional de entender a escola e o currículo passou a ser fortemente questionada, a experiência escolar era para manter a sociedade dividida em classes sociais. Das décadas de 60 a 80 ebulição de teorias, e críticas ao emprego do currículo como instrumento para manutenção das desigualdades sociais. Assim produziram a teoria crítico-reprodutivistas que colocavam em xeque os conhecimentos que iam para dentro do currículo.
-Teorias pós-críticas: Não somente as relações de poder baseadas em questões de classe que interferem na seleção de conteúdo. Ensinamos alguma coisa enquanto prática social, esta teoria está impregnada de classe, etnia, gênero, local e faixa etária.

Cultura: Definições em diferentes épocas
-Cultuar, cultivar (Grécia Antiga)
-Estado de Espírito (França, sec XVIII)
-Associada à razão e civilização (Iluminismo)
-Fator de identidade nacional (Alemanha, sec XIX)
-Modo de produção de classe (Inglaterra, sec XIX)

Mas foi no sec.XX, graças aos antropólogos, que o conceito de cultura ganhou força e chegamos ao que hoje se pensa.
Cultura, o olhar da Antropologia:
-Evolucionista: (Tylor)
-Relativista: (Boas)
-Funcionalista (Malinowiski)
-Sistêmica (Durkheim)
-Interpretativa (Geertz)
A partir dos anos 50 surge cultura como campo de luta para validação de significado.

Cultura, o olhar dos estudos culturais:
-Campo de lutas (Hall)
-Incorporação
-Distorção
-Resistência
Negociação

As lutas simbólicas se dão por quatro caminhos: incorporação, distorção, resistência e negociação.
As representações de mundo que circulam na cultura erudita são negadas pela cultura popular.
Mas há exemplos de incorporação nas práticas culturais, através da negociação e resignificação:
– futebol que era da elite (escola burguesa inglesa),foi incorporada pelas camadas populares.
-carnaval que era das camadas populares, foi incorporada pela elite.
Nesses dois casos o patrimônio cultural do outro, é apropriado, mas não da forma como o outro concebe, de uma forma negociada, negociando significados que atravessam esse patrimônio cultural.

                              Márcia Maria dos Santos Solha
                                          Julho/2011

(4°) Vídeo-aula 16 - Leis e Epilepsia

4°Módulo – Vídeo-aula 16: Leis e Epilepsia

A Prof°Paula Fernandes comentou que a Constituição de 1988 garante a saúde da população. No seu artigo 196: “A saúde é direito de todos e dever do Estado.”

A Lei n°8.080/90 no Art.2° diz: “A saúde é um direito fundamental  do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício.”

Há entidades que trabalham com epilepsia e buscam a melhoria da qualidade de vida, inclusive criando, reivindicando projetos de leis municipais, estaduais e federais.

Uma lei que partiu da iniciativa da ASPE, instituiu na cidade de Campinas o dia municipal de conscientização da Epilepsia, comemorado todo dia 9 de setembro, desde 2003. Outras cidades como Curitiba, Brasília, Limeira e João Pessoa também e a intenção é que seja dia nacional.
Além disso o que se espera em termos de lei, que já está encaminhada, é uma portaria que institui a estratégia de atenção à epilepsia a ser implantada em todo território nacional – integral e efetiva. É uma conquista das organizações do país para diminuir o preconceito e melhorar a qualidade de vida das pessoas com epilepsia e o tratamento.

A Prof°Paula também abordou a questão de delitos  que podem ser conseqüência de algum dos diferentes tipos de epilepsia, inclusive, perda da consciência ou automatismos. Podem ser cometidos na fase ictal, pré-ictal ou pós-ictal.

E sobre periculosidade ela disse que é associado à ocorrência das crises. A pessoa com epilepsia não é perigosa para a sociedade, no momento da crise ela não tem consciência. Há pessoas que já  tinham transtornos de personalidade, ou adquiriram depois , e isto não se deve à epilepsia.

                                   Márcia Maria dos Santos Solha
                                              Julho/2011

  

(4°) Vídeo-aula 15 - Epilepsia e trabalho

4°Módulo – Vídeo-aula 15: Epilepsia e trabalho

A Prof°Paula Fernandes fez menção ao mercado de trabalho atual que está muito competitivo, com altos níveis de exigência, de desemprego e uma remuneração desproporcional. E isso acrescido de uma doença crônica como a epilepsia fica ainda mais difícil,  tanto conseguir trabalho, quanto manter.
Existe maior índice de desemprego e de subemprego para pessoas com epilepsia.

E levantou três aspectos importantes para a compreensão disso:

-Aspectos biológicos das epilepsias: é preciso considerar as causas da epilepsia; freqüência e severidade das crises; efeitos colaterais das medicações; imprevisibilidade das crises.
-Mercado de trabalho: trabalho formal e informal; adequar ao tipo de atividade; e principalmente, acreditar em si mesmo.
-Estigma: estereótipos; crenças sobre epilepsia; rótulo de “epiléptico”(enxergamos a doença e não a pessoa, remetendo à incapacidade).

Ao lado do mercado competitivo, do receio dos empregadores, há fatores psicossociais como baixa auto-estima, baixa qualidade de vida, depressão, ansiedade, stress.  

E ressaltou: “assim fica difícil: o mercado não se abre e também a própria pessoa não vai em busca.Ela precisa querer, sentir-se capaz e perceber-se como alguém participante da sociedade, um cidadão.
70 a 80% podem ter suas crises epilépticas controladas e por isso, podem estar trabalhando (trabalhos formais ou informais). E a conquista e manutenção do emprego dependem dos empregadores, das empresas, dos pacientes, das famílias.

Márcia Maria dos Santos Solha
Julho/2011

terça-feira, 5 de julho de 2011

(4°) Vídeo-aula 14- A cartografia e a representação dos lugares


4°Módulo – Vídeo-aula 14: A cartografia e a representação dos lugares

“São Paulo não é apenas o resultado do seu local, da sua situação e do seu clima: antes disso tudo, é o produto do trabalho dos homens que, em épocas diferentes, conforme as circunstâncias históricas mutáveis tiraram partido da natureza inerte.”                                            Pierre Monbeig

A Prof°Sonia Castellar usou essa citação acima para abordar o tema dessa vídeo-aula. E falou que o contrário do que muitas vezes pensamos, o mapa é um texto, passa informação e é preciso que façamos a sua leitura da mesma forma que aprendemos a ler criticamente um texto, desvendando-o ideologicamente, percebendo suas intenções e opções teórico-metodológicas, e não simplesmente o copiarmos.
E ela apresentou diferentes tipos de mapas e suas possíveis leituras e interpretações.

E enfatizou: “O mapa reproduz um sistema de valores sociais que são culturais e históricos. Eles são como construções culturais de discursos sobre o território; é possível ler a sociedade pelos seus mapas. Tem elementos de matemática, área e relações espaciais. É possível ler, compreender as sociedades através dos mapas.”

E sugeriu: “ pedir para as crianças fazerem um mapa, por exemplo, construir um mapa que reflita aquela comunidade – não precisa ter escala rígida. Um mapa é qualquer representação gráfica, representação de um lugar, não preciso falar cartograficamente. Já na representação cartográfica o mapa tem escala, tem legenda, tem as convenções cartográficas que são importantes.”
É possível apresentar e analisar com os alunos os mapas e dados das pesquisas do IBGE.
Deve-se criar salas ambientes, laboratórios, biblioteca , enfim lugares onde os alunos levem material de fora para ser analisado.

Educação e a cidade:

Aprender na cidade:
Aprender da cidade: como fonte educativa
Aprender a cidade: como objetivo ou conteúdo

Trouxe o exemplo de uma escola pública em Itapevi.

E finalizou dizendo: “Repensar a escola através de outros parâmetros, outros valores e começar a criar uma outra cultura de respeito ao outro, cidadania, desejo de conversar. E a cartografia pode ajudar nisso.”

                            Márcia Maria dos Santos Solha
                                            Julho/2011

(4°) Vídeo-aula 13 - Educação geográfica, estudo da cidade e o uso da cartografia


4°Módulo – Vídeo-aula 13: Educação geográfica – estudo da cidade e o uso da cartografia

“Fazer da cidade um objeto de educação geográfica significa superar a superficialidade conceitual e estabelecer uma relação mais eficaz entre o saber formal e o informal”

 A Prof°Sonia Castellar fez essa citação acima e abordou como tema central a cidade como projeto educativo. E disse: “pensar como num currículo integrado na escola, os professores possam participar de uma forma conjunta num estudo centrado na cidade. Pensar a cidade – é o lócus, é o lugar de vivência dos alunos, das pessoas e reconhece-la, identificá-la, compreende-la.”
Ao pensar no bairro (comparar, associar com outras escolas, outros lugares do mundo) – ideia de pertencimento (diversidade cultural, cidadania, pertencimento, raízes, vizinhança) – que comunidade é essa ? (entorno da escola; organização do território). O bairro nos ajuda a entender a dimensão social, econômica e cultural daquele grupo que pertence aquela escola e aquele lugar. Imagens que vão simbolizando, caracterizando aquele lugar, aquela região e vão se tornando referenciais de valores das crianças.

Não dá para ser uma aula dentro da escola é preciso superar os muros da escola e encontrar outros espaços de organização das aulas: o entorno, museu, parque, casa de cultura, trabalho de campo, ida a uma festa. Isso começa a criar um capital cultural e pode diminuir o conflito via a ideia de cidade educadora: é objeto de educação e é educadora porque tem uma forma de entender, tem conceitos como aquele espaço foi produzido (tramas dessas redes produtivas e sociais).
Aquilo que ele está aprendendo na escola faz sentido quando ele vai para a rua. Cada professor vai dar sua disciplina, mas tem objetos de estudo que podem fazer essa articulação. Característica mais interdisciplinar do currículo.
Com um bom roteiro, um bom olhar : museu do futebol; metrô; trem etc...
Os alunos descobrem que a cidade é mais do que uma decodificação das informações que ela revela na sua  aparência, mas pode-se descobrir a sua estrutura, sua gênese e função e está estruturada a partir de uma lógica. Daí é preciso decodificar e associar essas informações.
Estudar o lugar, estudar a cidade – isso tem que ser feito a partir de um projeto educativo, e é esse o desafio e você vai construir valores não só culturais,mas do ponto de vista da relação com o outro.

A temática urbana:
-Enfoque morfológico: Se no estudo a ênfase for descrição das formas construtivas e visíveis, por exemplo: classificação dos bairros; tipo de edificação; rede de circulação; tipo de estabelecimentos; rede social (escola, hospitais, postos de saúde). Vai mapeando, discutindo a desigualdade social, comparando com outros lugares.
-Enfoque histórico: O ensino se organiza a partir dos relatos da biografia da cidade e da vida de seus habitantes, por exemplo: história de vida; mudanças e permanências; tempo.
-Enfoque ambiental: Quando a problemática for o meio ambiente: análise do meio físico e os impactos das construções; o cidadão como protagonista – será o ensino centrado no conhecimento e exercício dos direitos do cidadão.

E terminou enfatizando a finalidade do estudo da cidade: “Como vivem as pessoas; como funcionam as cidades; as redes de circulação; qualidade de vida; elaboração do plano diretor; análise ambiental, etc...”

                            Márcia Maria dos Santos Solha
                                            Julho/2011


(4°) Vídeo-aula 12 - Epilepsia na escola


4°Módulo – Vídeo-aula 12: Epilepsia na escola

A Prof°Paula Fernandes indagou como as crianças percebem a epilepsia, o que elas sabem a respeito. E depois fez também esse questionamento em relação aos professores. Em seguida apresentou um levantamento feito com ambos a esse respeito, que evidenciou a falta de informação ou informações equivocadas e a presença de crenças que  dão ao quadro uma conotação negativa.

E se um aluno com epilepsia entra na escola, você foi informado, e na primeira semana de aula ele tem uma crise, como proceder ?
O que fazer ?

Para acolher o aluno e ajuda-lo a se inserir:
-Conversar com os pais buscando informações e formas de condutas.
-Conversar com a classe sobre assuntos de saúde, inclusive epilepsia (temas transversais).
-Colocar sempre conceitos de cidadania e solidariedade.

Na hora da crise:
-Manter a calma.
-Afastar objetos que oferecem risco.
-Virar a cabeça de lado (para que a saliva não se acumule e não haja risco de se engasgar, se asfixiar) e colocar a mão ou alguma peça de roupa para amortecer a batida.
-Acalmar os outros alunos.
-Esperar a crise passar (dura, mais ou menos, 1 minuto e meio)
-Só há necessidade de chamar o socorro, ambulância ou levar ao pronto socorro se a crise durar por mais de 5 minutos seguidos.

Depois da crise:
-Falar que o aluno teve uma convulsão.
-Levá-lo para um lugar mais calmo.
-Conversar com a classe: percepção, atitudes adequadas perante ele. Tratamento normal quando ele voltar para a sala.

Na hora da educação física:
Saber dos pais se o aluno pode fazer e se ele tem alguma outra limitação.
Na maioria dos casos o aluno pode participar de atividades coletivas, pode jogar bola.
Não tratá-lo como “café com leite”, é fundamental que ele se sinta inserido.

Na hora da lição:
-Lembrar que o aluno tem, geralmente, condições semelhantes aos outros da classe.
Às vezes: explicação individual
Importante saber se a medicação tem algum efeito colateral ou se o aluno tem outras comorbidades.

Considerações importantes:
-Horário das medicações.
-Presença de comorbidades (o que ele tem além da epilepsia e o que isso pode atrapalhar).
-Contato em caso de urgência (números de telefone).
-Colegas de classe: ótimos companheiros e aliados (colocá-lo próximo à alunos solícitos).
-Todos que trabalham na escola devem estar cientes e saber lidar com a situação.

E a Prof°Paula deu ênfase à inserção social e comentou que para isso é importante que esse aluno participe ativamente da escola. Quanto mais aceito, melhores chances de desenvolvimento pleno e isso melhora, também, a aprendizagem dos outros alunos sobre as diferenças, em ser tolerante com as diferenças.

E finalizou ressaltando:
-Saber sobre a epilepsia e as maneiras adequadas de como proceder.
-Formação ética: desmistificar as crenças, reduzir o estigma  e o preconceito.
-Professor capacitado: amplia a rede de informação sobre epilepsia e os valores éticos para seus alunos, famílias, comunidade e sociedade.

                            Márcia Maria dos Santos Solha
                                            Julho/2011