4°Módulo – Vídeo-aula 25:
Relações com as comunidades e a potência do trabalho em rede
A Prof°Patrícia Junqueira Grandino discorreu sobre o tema levantando os seguintes aspectos:
Contemporaneidade: Tempo de Paradoxos:
-Final do sec XX (últimos 35 anos) notáveis descobertas e progresso científicos, progressão do nível de vida.
-Crescimento econômico não garante a equidade, não garante o respeito pela condição humana.
Tensões:
-Cultura de massa x cultura local: tornar-se cidadão do mundo sem perder referências e pertencimento a comunidade de origem.
-Tradição x Modernidade: construir sua autonomia em dialética com a liberdade e a evolução do outro, dominar o progresso científico.
-Competição x Igualdade de oportunidades: conciliar a competição que estimula, a cooperação que reforça e a solidariedade que une.
Vivemos um tempo de fragmentação no qual a realidade é multifacetada e a sucessão de eventos assume um ritmo frenético.
Mais de 90% dos lares brasileiros tem televisão. Acompanhamos em tempo real os acontecimentos do mundo, ressoando em cada um de nós o impacto disso.
Frente a esses paradoxos e tensões que vão se acentuando.Com a cultura de massa dissiminando valores e modo de existir generalizados, onde corre-se o risco de descaracterizar a essência da individualidade de cada pessoa e de cada grupo, temos por outro lado uma condição de acentuação maior das identidades locais.
A importância para os jovens de grupos de pertencimento com identidades próprias, ex: emos, skatistas, surfistas, enfim, composições grupais- sentimento importante na constituição de suas identidades.
Sobre a 3°tensão: competição x igualdade de oportunidades a Prof°Patrícia enfatizou:
“A competição não na sua forma destrutiva, mas de maneira estimulante, pode servir como desafio, como um instigado desejo de pessoas, grupos, alcançarem objetivos. E por outro lado é preciso desenvolver as outras formas de relacionamento mais participativos, cooperativos e que pressupõem um laço social mais compartilhado e efetivo. Essa tensão nos possibilita perceber a importância do trabalho com comunidades.”
Comunidades – de que falamos?
Comunidade:
-Realidade social que garante a permanência de laços sociais mais estreitos. Locais de afirmação da identidade de sujeitos e grupos.
-Presença de afetos e sentimento de pertença e potencial de solidariedade pelo reconhecimento recíproco (família, associações, igrejas).
-Comunidade(s) podem ser considerada(s) espaço(s) privilegiado(s) de garantia e exercício da cidadania.
A potência do trabalho em rede:
Pensar a escola como um pólo de irradiação e de aglutinação desses recursos, que possam fortalecer a implicação desses diferentes atores com as questões dessa comunidade e os aspectos de enfrentamento dos problemas dessa comunidade.
É possível uma problematização de qualidade dos problemas dessa comunidade. Uma reflexão compartilhada de um mesmo problema com educadores, profissionais de saúde, alunos, pais e conselheiros tutelares.
Trabalho em rede:
-Potencializar os recursos da comunidade
-Fortalecer a implicação dos diferentes atores de uma comunidade
-Problematizar as questões emergentes da comunidade coletivamente
-Identificar estratégias de enfrentamento compartilhadas
Exemplo: Dificuldades de relacionamento entre adolescentes, famílias e escola:
Quais seriam os atores que poderiam ser convocados a participar dessa discussão e operar no sentido de pensar estratégias de intervenção para essa realidade ?
-Atores potenciais: professores, conselheiros tutelares, líderes religiosos, mães, pais, avós (a importância nessa perspectiva da tradição, as relações inter geracionais e o ganho que elas podem oferecer num trabalho de acolhimento e fortalecimento dos vínculos), educadores sociais, agentes comunitários de saúde, adolescentes, universidades.
-Organização de um plano de atividades ativas e participativas sobre a temática:
*Fóruns de discussão sobre o ECA.
*Formação de adolescentes multiplicadores de práticas de solidariedade comunitária.
*Oficinas de pais e educadores (efeito preventivo).
E a Prof°Patrícia encerrou dizendo: “com isso se potencializam os resultados, se fortalecem os vínculos e essas relações solidárias da comunidade passam a ser mais efetivas.”
Márcia Maria dos Santos Solha
Julho/2011