quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

(2°) Vídeo-aula 23 - Uso de substâncias psicoativas


"Encharcado do prazer químico..., isso me torna insensível à vida, estou abduzido da vida e com uma sensação artificial, química, de bem-estar". 
                                                                   Dra Maria Aparecida Afonso Moisés



2°Módulo – Vídeo-aula 23: Uso de substâncias psicoativas

A Prof° Renata Azevedo começa esclarecendo que usará o termo substâncias psicoativas , pois é mais amplo que drogas ou substâncias narcóticas.
Agem no sistema nervoso central e produzem alterações de percepção, de sentimentos, de sensações, percebidas como prazerosas e por isso são tão procuradas e buscadas.
Além das substâncias ilícitas, entram também o álcool, o tabaco e vários medicamentos que até podem ser prescritos mas, se usados de forma abusiva, excessiva, podem caminhar para a dependência.

Há uma classe grande de substâncias psicoativas, bastante diferentes entre si, mas tem em comum o fato de produzirem alteração senso-perceptiva.

As diferenças:
-Umas são lícitas: álcool e tabaco
-Outras são ilícitas
-Uma outra diferença muito importante é a forma como elas agem no nosso cérebro, o tipo de alteração que elas vão produzir. Portanto a pessoa busca um tipo de efeito específico (cada droga tem um efeito, portanto são diferentes entre si ).
-Padrão de uso anárquico: é a mistura de substâncias da mesma classe ou de classes diferentes, no mesmo episódio de uso, aumenta o risco do potencial dano.

Na última década houve descobertas importantes, e para o tratamento os componentes ambientais, sociais, genéticos e neurobiológicos precisam ser contemplados.
A dependência está ligada a fatores biológicos, sociais e psicológicos, de personalidade.

Razões para que o uso de droga seja objeto de preocupação para a sociedade atualmente:
1-Uso tem crescido: com mais freqüência as pessoas tem lançado mão da "felicidade química". Reflexo da sociedade de consumo , onde se busca o prazer imediato, se divertir = se alterar.
2-Idades mais precoces: 11 anos e meio é a idade média de experimentação, incluindo álcool e tabaco. Organismo e personalidade em formação.
Sempre é potencialmente danoso, mas entre crianças e adolescentes, é pior.
3-Consequências: individuais  e coletivas  (relacionamento; desempenho escolar; ocupacionais; acidente de trabalho; familiares; doenças)

E se o uso é tão danoso, por que as pessoas continuam experimentando drogas e numa quantidade maior e potencialmente mais danosa ?
1-Infelizmente, a idade onde essa experimentação acontece é na adolescência, que é a idade da curiosidade, daí a importância do papel dos pais, da família, dos professores para que informados e capacitados possam conversar cotidianamente com os jovens, passando-lhes informações sérias e verdadeiras.
2-Vulnerabilidade: alguns adolescentes tem uma maior vulnerabilidade para essa experimentação, além  da curiosidade que faz parte da fase da vida.
É um conjunto de sentimentos: autoestima; desempenho escolar; aparência; socialização negativa; não se sentem felizes, incluídos, ficam mais vulneráveis ao uso de drogas.
Ou quadro psíquicos de depressão, ansiedade, fobia social.
3-Forma artificial de produzir felicidade  e pode ser estimulada pela família: “Estou chateada vou ao shopping”.
É fundamental que o jovem tenha informações de qualidade e modelos de qualidade.

Prevenção secundária:
Na detecção, verificar a freqüência  de uso e buscar ajuda profissional.
Evitar que esse padrão de uso caminhe para a dependência.
Todo o nosso esforço é para que a intervenção na adolescência aconteça para que a dependência não se instale.

Se a dependência já está instalada:
1-Psicoterapia (abordagem cognitiva-comportamental)
2-Medicação: para os sintomas de abstinência e a presença de comorbidades (depressão etc)

E a Prof° Renata finalizou dizendo:
“Portanto, mais bem informado (o que é essa substância; riscos que ela implica), possibilita ao jovem tomar decisões quando a possibilidade de uso se apresentar.
O que se sabe atualmente é que ter informação sobre drogas pode não ser suficiente para evitar o uso delas. Porém, não ter informação, certamente, aumenta muito a chance desse uso acontecer."

E ficou lançada a pergunta:
Como posso abordar o assunto de substâncias psicoativas na sala de aula ?

Eu respondo dizendo que o professor precisa ser capacitado, orientado para isso, para não cair no senso-comum, no moralismo.
E levar uma proposta de abordagem diferenciada e bem fundamentada,  para que possa ser acolhida pelos alunos e agregar valor, fazer diferença na vida deles.

                                               Márcia Maria dos Santos Solha
                                                         dezembro/2010


Vídeo:
tóxico dependência

Nenhum comentário:

Postar um comentário