domingo, 14 de novembro de 2010

(2°) Vídeo aula 1- O Juízo Moral da Criança

2°Módulo -  Vídeo-aula 1: O Juízo Moral da Criança


“A meta da educação não é aumentar a quantidade de conhecimentos, mas sim criar as possibilidades para que uma criança invente e descubra, para criar homens capazes de fazer coisas novas.”  Jean Piaget
“Toda pessoa tem direito à educação”, como o afirma solenemente o princípio do artigo 26 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, significa pois em 1° lugar: “Todo ser humano tem o direito de ser colocado durante sua formação em um meio escolar de tal ordem que lhe seja possível chegar ao ponto de elaborar, até a conclusão, os instrumentos indispensáveis de adaptação que são as operações da lógica.
A educação é, por conseguinte, não apenas uma formação, mas uma condição formadora necessária ao próprio desenvolvimento natural”.
Nessa vídeo-aula o Prof°Ulisses comenta como se dá o processo de construção de valores por parte das crianças tomando como referência a obra de Jean Piaget de 1932 sobre o assunto, que fala da importância dos jogos de regra e que parte daí  a construção da moralidade.
Na obra referida, Piaget traz como definição: “Toda moral consiste num sistema de regras, e a essência de toda moralidade deve ser procurada no respeito que o indivíduo adquire por essas regras”.
E devemos salientar, destacar, enfatizar dois pontos dessa definição:
A moral está vinculada às regras, portanto a moralidade humana, os valores humanos tem a ver com o cumprimento das leis, regras, normas estabelecidas pela sociedade, incluindo os acordos estabelecidos em sala de aula.
Respeito: Piaget não fala de obediência, que tem ligação com o medo de punição, mas de respeito, e que a criança , o jovem, o adulto para ser ético, moral, não basta ser obediente e sim aprender  e internalizar o respeito às regras da coletividade, da sociedade.
E Piaget nos apresenta o processo de desenvolvimento de cada ser humano: da anomia, passando para a heteronomia e alcançando depois a autonomia.
Anomia: A criança nasce num “estado” ( não é uma coisa rígida, daí o termo) de anomia. Prefixo a = ausência e sufixo nomia = regras. Esta é a característica de um recém nascido: sem regras, sem normas.
Heteronomia: Prefixo hetero = várias, significando que a criança recebe, é exposta a fontes variadas ( pai, mãe, irmão mais velho, etc...) que lhe passarão as regras.
Ela passa a saber que existem regras, normas e isto lhe é imposto através:
1°Relação de coação – medo da punição.
2°Respeito unilateral (da criança para os pais e mais velhos) – amor e medo de perder o amor do outro.
Autonomia: É a meta da educação em valores e onde se vivencia a cooperação e o respeito mútuo. Nesse estado as regras são internalizadas, se deixa de ser egocêntrico, considera o coletivo. Esse é o sujeito moral e essa é a meta que se almeja para o desenvolvimento de cada criança.
E Piaget indica o jogo de regras como o que promove, desenvolve a autonomia, pois não implica em obediência, mas em acordos compartilhados, aceitos, e também, no exercício, na vivência da cooperação, colaboração e respeito mútuo.
A redução do egocentrismo se dá paralelamente na passagem por esses estados, encontrando-se bem diminuído no estado de autonomia, e isto significa que a pessoa deixa de estar centrada nela mesma, para perceber que existem outros na sociedade.
Piaget ainda salienta que em sociedades e ou instituições autoritárias, autocráticas (família, escola) as pessoas param o desenvolvimento na fase da heteronomia. Pessoa heterônoma vai fazer o que dizem que é certo fazer e não o que internalizou como certo, não é uma pessoa que se vê e se entende como sujeito da sua história pessoal e da história do seu tempo.
Tenho perseguido um objetivo central que tem permanecido sempre o mesmo: tentar compreender e explicar em que consiste o desenvolvimento do ser vivo em sua perpétua construção de novidade e em sua adaptação progressiva à realidade”.
                                                                                 Jean Piaget
"Em Piaget podemos distinguir as linhas de uma legítima filosofia da educação voltada para a formação de "homens capazes de fazer coisas novas e não simplesmente repetir o que outras gerações tem feito", de "formar mentes que possam ser críticas, que possam verificar, e não aceitar tudo que lhes é oferecido."
                                            Márcia Maria dos Santos Solha
                                                    novembro/2010

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