quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Vídeo-aula 13: Conhecimento em rede



Vídeo aula 13: Conhecimento em rede

O Prof.Nilson Machado nos mostrou que as “imagens” que temos do conhecimento nos levam a uma determinada ação docente, que às vezes não é percebida por nós, porém fica evidente pela nossa prática docente. Algo ainda pior que não ter a consciência da imagem como na citação anterior,  é quando temos um discurso, até acreditamos em alguns pressupostos, mas a nossa ação, nossa atitude vai na contra mão disso.

Portanto ao falarmos de “imagens” que temos do conhecimento, a meu ver, estamos falando de paradigmas.
E segundo Regina de Fátima Migliori:

A noção de paradigma é profundamente importante: trata-se do referencial primário, da estrutura básica de pensamento que irá determinar a nossa postura perante a realidade. É algo que antecede a criação das nossas idéias, pois atua como um determinante em nossa maneira de pensar. Mais do que isso: o referencial paradigmático estabelece os parâmetros não só de nosso saber, mas também de nossos valores, de nossas crenças, de nossos relacionamentos, de nossa vida, enfim.

...Por trás de tudo o que estamos cansados de saber esconde-se tudo o que precisamos descobrir. É só mudar o ponto de vista.
...Assim, se o paradigma é uma produção humana, então é passível de transformação. Mude-se o paradigma e mudamos o mundo, pois a forma de ver o mundo estará diferente.

...Crise paradigmática é o que está acontecendo nos dias atuais. Hoje, uma visão mais abrangente do mundo acabou originando a crise do conhecimento, isto é, a crise de um paradigma dominante que se faz pequeno demais para conter a compreensão humana, dando origem à conseqüente emergência do processo de introdução dessa visão mais abrangente.
Este novo paradigma propõe uma nova postura científico-filosófica e preconiza a retomada de uma visão da realidade de forma integrada, dinâmica, complexa e complementar.
Questionar a ordem paradigmática vigente é o ponto de partida do processo de reparadigmatização. Não se pode começar esse questionamento a partir de um único ângulo. Trata-se de uma abordagem que só pode ser efetivamente praticada de um ponto de vista transdisciplinar, isto é, deixando que as mais diversas linhas de saber se entrecruzem.

...Para ampliarmos nossa compreensão e participação no mundo, precisamos dispor de um modelo que também seja mais abrangente, que nos possibilite lidar com a realidade a partir de parâmetros mais integrados. O modelo ao qual nos referimos é a perspectiva de visão sistêmica de mundo, em que as partes são identificadas como integrantes de um todo interdependente. É a visão da totalidade a partir de um ponto de vista complexo e complementar. A complexidade nos faz perceber a interdependência, e a complementaridade nos leva à compreensão, cooperação e integração entre as diferenças.
 É importante compreender esses pressupostos, pois precisamos reaprender a sentir, pensar e agir de uma forma integrada, acionando harmonicamente as nossas potencialidades.”

As imagens do conhecimento por ele apresentadas foram:
1-      Balde renitente: onde expressões como “os alunos tem nível baixo”; “não foi atingido o nível mínimo”; “o conhecimento acumulado” dão mostras deste olhar e prática.
2-      Cadeia, grande encadeamento:  modelo que partiu de Descartes, fundador do pensamento ocidental. “Porém não podemos mais pensar em termos exclusivamente cartesiano, nem os carros são feito assim  hoje”, disse o Prof°Nilson Machado.  E complementa:” as palavras de ordem do planejador cartesiano são: reclama do passado e promete o futuro.”
3-      Redes de Significados: é muito mais rica, e neste olhar e ação, “o aprender é como navegar num mar de relações.”
E ele comenta que recebemos o aluno com essa rede e o trabalho não é só de acréscimo, mas também de retirada.
E as características associadas a pensar o conhecimento como uma rede são:
1-Acentrismo:  não tem ponto de partida, não tem um centro a partir do qual tudo se irradia; a rede tem centros de interesse. Cada pessoa tem um centro de interesse, cada um entra por uma porta de procedimentos.
2-Metamorfose: os conceitos estão vivos, num estado de permanente atualização, historicamente se transformam.
3-Transdisciplinaridade: todas as noções realmente importantes na vida, quando se pensa nelas, se pensa além das disciplinas. Por exemplo: temas como energia, água, proporcionalidade.

E o Prof°Nilson enfatiza  que não se trata de jogarmos fora a contribuição de Descartes, pois só andamos encadeando,  porém podemos encadear em cima de uma grande rede com liberdade para compor esses encadeamentos.
E fala: "Navegar nesse mar de relações que o conhecimento pensado em rede nos oferece. "
                                                    


                                                                          Márcia Maria dos Santos Solha
                                                                                                   Setembro/2010

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