domingo, 26 de setembro de 2010

Vídeo aula 2 e UNIVESP TV

Vídeo aula 2- Os caminhos da interdisciplinaridade e

UNIVESP TV – Transversalidade e interdisciplinaridade na Educação

“A Educação e o mundo passam por severas mudanças, quebras de paradigmas. Chegamos ao tempo de reestruturação e reconstrução de novos mundos. Mundos internos que foram esquecidos e fragmentados.Mundos externos que foram olhados aos pedaços passam por uma mudança radical: é tempo de reencontro e de reestruturação. É tempo de olhar a diversidade como complementar, como integrante e característica impar de nossa identidade. Nada é igual. O ser homogêneo já não é mais integrante deste olhar que se fazia ao ser humano. Hoje, pensar em homogeneidade é tornar excluído, é pensar o “ser” não como humano, mas como máquina que repete e aciona os programas nela depositados.
O ser humano, desde o seu código genético, tem como característica a singularidade. Seguidamente, nosso convívio social, cultural, nossas experiências  e interações nos fazem, nos outorgam, ainda mais, estas diferenças, tornando-nos únicos, irrepitíveis”.

                                                                                              Maria Dolores Fortes Vale

Na vídeo-aula e na UNIVESP TV, Edgar Morin, sociólogo, fala do paradigma que domina o ensino, a civilização, a sociedade: a simplificação que indica que para conhecer é preciso separar as coisas, o complexo do simples, o homem da natureza, as disciplinas e não ensina a religar.
Tal visão mutila o conhecimento da era planetária e impede-nos de lidarmos com os desafios atuais que são globais e multidimensionais.

Esse paradigma, esse pensamento simplificador surgiu no século XVI e influenciou os séculos XVII, XVIII e XIX e podemos dizer até os dias atuais. É o que chamamos de Modernidade, sendo Descartes, através da sua obra “Discurso do Método” onde ele apresenta o Método Científico, um de seus idealizadores.

Os três princípios do pensamento simplificador são:

1-Disjunção: separar o todo para estudar as partes (criação das disciplinas).
2-Redução: Analisa-se a parte como se fosse o todo.
3-Abstração: Novas tecnologias que tornam real o que é virtual.

Deve-se reconhecer os avanços ocorridos na ciência, na divisão do trabalho, na vida cotidiana, porém a lógica existente simplifica o pensamento.

A partir do século XX surgiram movimentos na ciência para superar essa redução do todo em partes, da simplificação, da disciplinaridade.

Superação da disciplinaridade:

1° Movimento: Transdisciplinaridade – “Trans” significa ir além da disciplina. Cortam, atravessam as disciplinas através de temas que não cabem dentro de uma. Surgiu como uma reação à fragmentação disciplinar.

2°Movimento: Multidisciplinaridade – “Multi” significa poli, vários, muitos. É quando determinado fenômeno exige várias disciplinas para explicá-lo. No entanto essas disciplinas e profissionais não interagem, não dialogam entre si.

3°Movimento: Interdisciplinaridade – Surgiu como um chamado para que as disciplinas não mudassem seus objetos, mas houvesse o diálogo, a inter relação.

E como disse o Prof. Nilson Machado “ a realidade não é disciplinar; a água, os rios, a energia não são propriedades da biologia, da química ou física, é preciso haver uma inter relação mais forte”.

E através da fala do Prof° Nilson Machado: “A gente vem para a Escola para ler e compreender o mundo...”; e também do projeto Ribeirão Anhumas em Campinas, parceria da UNICAMP com duas Escolas do Estado envolvendo a transdisciplinaridade e a interdisciplinaridade com professores das disciplinas de química, geografia e língua portuguesa, me reportei a uma das obras de Paulo Freire, “A importância do ato de ler” :

“A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica  a percepção das relações entre o texto e o contexto...Um outro ponto que me parece interessante sublinhar, característico de uma visão crítica da educação, é o da necessidade que temos, educadoras e educadores, de viver, na prática, o reconhecimento óbvio de que nenhum de nós está só no mundo. Cada um de nós é um ser no mundo, com o mundo e com os outros. Viver ou encarnar esta constatação evidente, enquanto educadora ou educador, significa reconhecer nos outros – não importa se alfabetizandos ou participantes de cursos universitários; se alunos de escolas do primeiro grau – o direito de dizer a sua palavra. Direito deles de falar a que corresponde o nosso dever de escutá-los”.

                                                                                  Márcia Maria dos Santos Solha
                                                                                                          Setembro/2010

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