terça-feira, 3 de maio de 2011

(3°) Vídeo-aula 1 - Papel do Professor : instruir ou educar ?



3°Módulo – Vídeo-aula 1: Papel do Professor – instruir ou educar ?
Inicio com um trecho do livro “O Profeta” de Kalil Gibran :
“Então um professor disse: “Fala-nos do Ensino”. E ele disse: Nenhum homem poderá revelar-vos nada senão o que já está meio adormecido na aurora do vosso entendimento.
O mestre que caminha à sombra do templo, rodeado de discípulos, não dá de sua sabedoria, mas sim de sua fé e de sua ternura.
Se ele for verdadeiramente sábio, não vos convidará a entrar na mansão de seu saber, mas antes vos conduzirá ao limiar de vossa própria mente.
O astrônomo poderá falar-vos de sua compreensão do espaço, mas não vos poderá dar sua compreensão.
O  músico poderá cantar para vós o ritmo que existe em todo o universo, mas não vos poderá dar o ouvido que capta a melodia, nem a voz que a repete.
E o versado na ciência dos números poderá falar-vos do mundo dos pesos e das medidas, mas não vos poderá levar até lá.
Porque a visão de um homem não empresta suas asas a outro homem.”
A Prof°Sílvia Colello começou essa vídeo-aula nos indagando:
“Considerando o perfil dos nossos alunos; a cobrança dos pais dos alunos; a realidade da escola; os problemas da nossa sociedade e os apelos do nosso  mundo.
Qual é verdadeiramente a função docente ? / o papel do professor ?”
E comentou que sobre os alunos pairam cobranças além da aprendizagem: profissionalização; criatividade; criticidade; inserção social; ética; responsabilidade; competência; autonomia; consciência. Assim como pairam sobre suas cabeças uma série de perigos / ameaças: DST; intolerância; corrupção; violência; drogas; gravidez precoce; marginalidade; alcoolismo.
Portanto concluiu que considerando os apelos e os perigos do nosso mundo o papel do professor é mais complicado do que passar conhecimentos.
E que é preciso conciliar os dois lados, duas facetas/dimensões da função docente:
-INSTRUIR: ensinar e aprender
-EDUCAR: processo de Formação Humana
E nos colocou a citação de Georges Gusdorf:
“Será que a educação deve se submeter ao ensino, ou será que o ensino deve se submeter à educação ?”
Quando ocorre o primeiro caso, isto é, a educação se submete ao ensino,   considera-se que com a somatória das disciplinas, saberes, teremos supostamente o homem educado. É um ensino mais conteudista, que deixa um pouco de lado a formação humana.
Já quando o ensino se submete à educação o que se tem em primeiro plano é o projeto educativo. As disciplinas são importantes em nome de um projeto educativo.
E nos trouxe uma frase de George Gusdorf que reforça o projeto educativo:
“A pedagogia real situa-se para além dos limites e das intenções de qualquer disciplina”
E a ênfase nos anos 60, no submeter o ensino à educação era mais individualizante, com o objetivo de desenvolver o potencial de cada um. De la´para cá a perspectiva tornou-se mais socializante valorizando o processo educativo voltado ao compromisso social, responsabilidade com a natureza e respeito à diversidade.
E essa proposta está presente nos mais diversos documentos como os Parâmetros curriculares nacionais (PCN).
Portanto o papel do professor, hoje, é integrar dois pólos completamente relacionados:
-PEDAGÓGICO: instruir, ensinar
-EDUCACIONAL: que é ter um projeto de formação humana
A serviço de, isto é, buscando atingir: Desenvolvimento; Aprendizagem; Personalização; Socialização; Humanização (se perceber como herdeiro de toda construção cultural da humanidade); Libertação (no sentido de Paulo Freire).
E mais uma vez ela nos indaga:
“Como garantir o equilíbrio entre as dimensões pedagógicas e educacionais ?”
E nos coloca que a escola tem que estar em sintonia com a sociedade e enfrentar os desafios educacionais dessa sociedade, desse meio cultural. E para isso em primeiro lugar é preciso lidar com a macro esfera : Projeto Político Pedagógico (PPP) que deve abranger metas, objetivos, prioridades estabelecidas por todos os envolvidos no processo e deve ser cumprido. E essa dimensão maior deve nortear os trabalhos no dia a dia (micro esfera).
E disse:
“Quando temos um Projeto Pedagógico temos que abraça-lo no dia a dia, no cotidiano da escola: Se eu quero autonomia eu tenho que propor isso todos os dias.
E finalizou comentando que pode parecer difícil, porém temos que ter claro a importância de desenvolver um projeto pedagógico e uma ação educativa comprometida com o   alunos e comprometida com os apelos do mundo”.

                                    Márcia Maria dos Santos Solha  
                                                 Maio/2011

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